Rio - O lateral-direito Cafu, que
defende a Roma, da Itália, pode ter seu passaporte
europeu cancelado. A polícia italiana descobriu que o
documento que garante ao brasileiro a dupla cidadania
é irregular e vai abrir um inquérito para apurar o
caso.
A situação do jogador da Seleção Brasileira, no
entanto, é um pouco diferente da dos demais atletas
estrangeiros que possuem passaportes de países da
Comunidade Européia. Cafu obteve o direito de atuar
sob o status de comunitário graças à sua esposa,
Regina, que teria um antepassado nascido na cidade de
Marano Calabro, em 1864. Com a descoberta, ela
conseguiu a naturalização, que foi estendida ao
marido. O problema é que as investigações revelaram
que, na verdade, o tataravô da esposa de Cafu não era
italiano e por isso todo o processo não teria qualquer
validade.
”O jogador não tem culpa nenhuma, mas como
conseqüência, seu nome acabou envolvido em vários atos
ilegais”, explicou um porta-voz da polícia italiana.
Apesar da confusão, o clima na Roma é de
tranqüilidade. O presidente Franco Sensi disse nesta
terça-feira que não está preocupado e afirmou que as
informações divulgadas pela polícia não passam de
boatos.
”Fui eu quem cuidou de tudo que envolveu a
naturalização de Cafu e posso garantir que não há nada
de errado. Isso tudo é fofoca”, garantiu.
”Tenho todos os papéis referentes ao processo, que
levou um ano para ser concluído, já que foi conduzido
com todo o cuidado.”
Ainda segundo Sensi, a dúvida em relação à verdadeira
nacionalidade do antepassado da esposa de Cafu também
não tem fundamento.
”A família confirmou que ele era italiano, como diz
sua certidão de nascimento”, concluiu.