São Paulo – O presidente do Juventude, Walter Humberto Dal Zotto Júnior, distribuiu nota oficial nesta quarta-feira protestando contra a exclusão do time do Campeonato Brasileiro de 2001. Veja a seguir a íntegra da nota:
O Esporte Clube Juventude quer manifestar-se publicamente sobre a articulação realizada pelo Clube dos 13 e a CBF, avalizada pelo Ministro dos Esportes, que se choca frontalmente com a tão propalada intenção de moralizar o futebol brasileiro.
A moralização que nós defendemos, a exemplo de todos os desportistas coerentes, tem ligação obrigatória com a honestidade e o respeito a critérios. Aliás, o espaço reservado a esta palavra no dicionário dos administradores do futebol brasileiro nada mais representa do que uma lacuna. A obtenção de vantagens por meio de relações escusas e desconhecidas do grande público já não encontra mais simpatia entre os militantes deste esporte. Esta prática tornou-se intolerante.
Este clube não quer locupletar-se diante das facilidade obtidas pela troca de favores. Estamos preparados, se esta for a definição, para disputar a Série B do Campeonato Nacional. Temos o mais sincero respeito por esta competição, da qual fomos campeões em 1994, quando ascendemos ao que então considerávamos “elite” do futebol brasileiro.
Exigimos, contudo, que os mesmos critérios - ou o que se convencione para nomear os parâmetros utilizados - sejam aplicados para todos. Em 1999, fomos rebaixados à Série B. Assim como o Paraná-PR, o Botafogo-SP e o Gama-DF ou o Botafogo-RJ que, agora, estão garantidos na Série A. Neste mesmo ano, o Bahia-BA não obteve no campo o seu retorno à Série A. Muito menos o Fluminense-RJ, que conquistou o direito a retornar à Série B, por ter vencido a Série C. Mas ambos também estarão presentes na Série A. Questionamos a escolha aleatória – ou não – do América-MG como o 26º clube escolhido. Esta agremiação, em 1999, sequer disputou a Série A ou obteve vaga em campo por meio da Série B.
O Esporte Clube Juventude considera inconcebível a justificativa utilizada pela CBF. Se a entidade quer recompor a competição a partir de 1999, porque desconsiderar as informações acima descritas? Se a entidade não considera a Copa João Havelange de 2000 como legítima, com que direito Vasco-RJ e São Caetano-SP representam o país na Copa Libertadores da América? O que dizer então do Ranking de Clubes da CBF? O Esporte Clube Juventude ocupa a 30ª colocação, com 193 pontos. O América-MG é o 31º colocado, com 186 pontos. O Paraná é o 32º, com 181 e o Botafogo-SP é o 42º, com 104 pontos.
Por fim, queremos informar que o sentimento de indignação e repulsa do povo gaúcho será instrumento para a recomposição da justiça. Estamos munidos de razões suficientes para buscar a reparação deste equívoco e preparados para buscar nossos direitos em qualquer instância.