Belo Horizonte - As fracas atuações de Cicinho nos clássicos contra o Cruzeiro, quando o Atlético perdeu de 3 a 1, sendo eliminado na Copa Sul-Minas, e contra o América, no último sábado, pelo Estadual, quando a equipe venceu por 1 a 0, mas sem convencer, levaram o técnico Abel Braga a efetivar novamente Paulo César como titular da lateral-direita. Esta deverá ser a única alteração no time para o jogo de quarta-feira, em Campo Grande, contra o Operário, na estréia do Galo na Copa do Brasil.

Com a mudança, o técnico Abel Braga acaba com a indefinição na posição. “O Cicinho sentiu esses dois jogos no Mineirão. Neste jogo contra o Operário vou entrar com o Paulo César", explicou o treinador. Carlão e Marques, que após o jogo contra o América queixaram-se de lesões, participaram normalmente do treino de ontem à tarde, no Centro de Treinamentos, em Vespasiano, na reapresentação dos jogadores que folgaram no domingo.

O total desconhecimento sobre o adversário é preocupação para o técnico Abel Braga. “Ficamos sabendo que é uma equipe que tem média de idade de 20 anos, alguns jogadores estão em experiência e a Copa do Brasil é um caso de sobrevivência para eles. Passei muito sufoco lá tanto como jogador quanto como treinador", disse o técnico do Atlético que deseja ver a sua equipe jogando um futebol objetivo.

“O Atlético não tem time para ficar dando espetáculo. Tem que ser objetivo. Mesmo errando contra o América, o time correu muito", declarou Abel Braga que revelou ontem ter recebido proposta para comandar o Atlético Paranaense, mas recusou por se sentir bem no Galo.

Com a recusa de Abel Braga, os dirigentes do time paranaense investiram em Flávio Lopes, gerente de futebol do Atlético. Como a proposta era irrecusável, ele levou o assunto para a diretoria do clube mineiro, pois tem contrato em vigor. Havendo um acordo para a sua liberação, Flávio se apresenta ainda hoje ao Atlético Paranaense.

Julgamento

O técnico Abel Braga poderá levar de 20 a 60 dias de suspensão. O treinador será julgado hoje à noite pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), da Federação Mineira de Futebol (FMF). No final do clássico do último dia 3, contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro, ele exagerou nas reclamações contra a atuação do árbitro Luiz Carlos da Silva, que chegou a deixar o campo escoltado por policiais militares.

Na súmula, o árbitro disse que foi ofendido moralmente pelo técnico do Atlético. De acordo com o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol (CBDF), Abel Braga estaria incurso no artigo 235: “ofensas morais ao árbitro". O lateral-esquerdo Ronildo também será julgado hoje à noite e pode pegar de dois a quatro jogos de suspensão. Ele foi expulso naquela mesma partida por ter agarrado o atacante Geovanni.

Lincoln não se abala com vaias e garante estar vivendo bom momento

Lincoln não se abateu com as vaias de alguns torcedores que o chamaram de mercenário no clássico do último sábado contra o América, pelo Campeonato Mineiro. O armador afirmou que não está nem um pouco preocupado com o que aconteceu. “Isso faz parte do passado. Não tenho tempo para pensar nisso porque mal acabamos de participar de um jogo e vem outro difícil pela frente. Se entrar em campo pensando nisso, aí sim, vai acabar interferindo no meu rendimento", desabafou.

Segundo Lincoln, esse ato de hostilidade partiu de uma minoria, após o jogo contra o América, quando o Atlético venceu por 1 a 0. “Eu venho sendo destaque da equipe na temporada. Tenho mantido a regularidade, com boas atuações, e tenho consciência disso. A única partida em que não estive bem, como aliás todo o time, foi contra o Cruzeiro, quando perdemos por 3 a 1 e fomos eliminados da Copa do Brasil", disse.

Há 12 anos no Atlético, onde começou nas categorias de base, Lincoln revelou que tem recebido propostas de transferência para outras equipes. Mas o seu desejo é conquistar definitivamente o seu espaço na equipe titular do Atlético. “Eu prefiro continuar aqui, mas a decisão cabe à diretoria", disse o armador que tem o opoio do técnico Abel Braga. Para o treinador, o jogador não é único responsável pelas coisas ruins e boas que ocorrem com a equipe. “É um diamante que o Atlético tem", comentou.

Reencontro

Há 25 anos Atlético e Operário não se enfrentam. O último confronto entre as duas equipes foi no dia 8 de setembro de 1976, no Estádio Pedro Pedrossian, e houve empate em 1 a 1. O gol do Galo foi marcado por Getúlio, atualmente assistente de Abel Braga, aos 10 minutos do primeiro tempo, enquanto Tadeu empatou aos 33 minutos do segundo tempo. O Atlético era dirigido pelo técnico Barbatana, que colocou em campo Ortiz; Getúlio, Modesto, Vantuir e Dionísio; Alfredo, Heleno e Paulo Isidoro; Paulinho, Marcinho e Ângelo (Cafuringa).

A delegação do Atlético viaja pela manhã para Campo Grande e Abel Braga comanda um treino no final da tarde, no campo do Comercial. Por causa do fuso horário, o jogo contra o Operário será às 20h30 (local) e 21h30 em Belo Horizonte. O retorno será na quinta-feira, às 13h36, com chegada às 18h27.

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