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CPI acusa clubes europeus no caso dos passaportes
Terça-feira, 20 Março de 2001, 21h39
Atualizada: Terça-feira, 20 Março de 2001, 21h40

Brasília - Os deputados da CPI da Nike/CBF acusaram nesta terça-feira os clubes europeus como responsáveis pela emissão de passaportes falsos para atletas estrangeiros e pela contratação de menores de idade de forma irregular.

"Sem negar a responsabilidade que têm os brasileiros...nós apresentamos fatos que demonstram a responsabilidade de dirigentes, empresários e clubes europeus no escândalo dos passaportes falsos'', afirmou Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da comissão, em entrevista coletiva.

Rebelo e outros representantes da CPI estiveram na Europa na semana passada e entregaram ao presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, os resultados da investigação sobre o caso dos passaportes. Rebelo assegurou que não há indícios de que os passaportes tenham sido emitidos no Brasil ou que tenham passado pelo país antes de estarem nas mãos dos jogadores.

O deputado citou o caso do lateral-direito Cafu, da Roma, que disse que recebeu a documentação irregular do presidente do clube italiano. "As consequências legais parece que caem sobre o jogador, o que nos parece um desequilíbrio do ponto de vista da justiça'', afirmou o presidente da CPI.

Outro jogador afetado foi Leonardo, do Feyenoord da Holanda, que chegou ao clube como menor de idade e foi multado recentemente por uso de passaporte falso. Rebelo citou o caso de Leonardo como exemplo dos problemas que enfrentam os menores de idade que chegam na Europa e, em vez de tornarem-se astros da equipe, se vêem obrigados a assinar um contrato longo que os impedem de mudar de time.

A comissão entrevistou Leonardo na Holanda. Segundo Rebelo, ele afirmou diante dos dirigentes do clube holandês que preferia deixar o futebol a continuar na condição de "escravo''.

O relator da CPI, Silvio Torres, mencionou o caso de um menor brasileiro que esteve internado por 40 dias na Bélgica com tuberculose depois que um empresário o abandonou por não encontrar um clube para ele. Os deputados disseram que muitos empresários brasileiros levam menores para a Europa, mas o abandonam sem conseguir um contrato para os jovens atletas.

Reuters


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