Recife - União, simplicidade e salário em dia. Essa é a
fórmula usada por Júlio Espinosa para colocar o Náutico entre os primeiros
colocados nas competições que vem disputando. O time alvirrubro é o líder do
Campeonato do Nordeste e segundo colocado do Campeonato Pernambucano,
ameaçando, junto com o Santa Cruz, a hegemonia do Sport Recife, atual
tricampeão estadual.
O técnico disse que tem conseguido bons resultados no Náutico em razão do
equilíbrio que conseguiu ao juntar jogadores experientes como Gilberto,
Sangalleti, Wallace e Marcelo Passos e jovens promessas como Fábio, um
jogador de meio-campo que vem aparecendo com destaque, e o lateral-esquerdo
Silvinho. Espinosa elogiou também dois jogadores que foram indicados por ele
para integrarem a equipe do Náutico: o lateral Rafael e o atacante Kuki.
Com 49 anos, Júlio Espinosa faz planos de dirigir clubes do eixo Rio-São
Paulo, mas tem contrato com o Náutico até o fim do ano e pretende cumpri-lo,
"se os dirigentes quiserem e os resultados permitirem". Ele luta para
superar o esquecimento dos anos em que ficou fora do Brasil. Espinosa
trabalhou no Japão por sete anos e teve uma passagem pelo Real Madrid como
preparador físico. Na capital espanhola ele teve a satisfação de conhecer o
técnico iugoslavo Miljanic:
“Quando voltei do exterior ninguém mais lembrava quem era Júlio Espinosa.
Por isso, tenho que mostrar serviço para me apresentar novamente às pessoas.”
Como preparador físico, Espinosa circulou por vários clubes
brasileiros.Trabalhou com Ênio Andrade na campanha do título brasileiro
conquistado pelo Grêmio, em 1981, treinador com quem ele diz ter aprendido
muito. Espinosa destaca também dois técnicos que considera seus professores:
Dino Sani e Carlos Castilho.
Júlio Espinosa foi ainda o preparador físico que, com Jair Picerni,
trabalhou na Seleção Brasileira que ganhou a medalha de prata nos Jogos
Olímpicos de Los Angeles, em 1984, perdendo o ouro para a França.