Rio - O técnico Sebastião Lazaroni, do Botafogo, diz que não quer jogar a toalha. No entanto, as exibições decepcionantes do Alvinegro, a desorganização administrativa de um clube que não paga seus salários há cinco meses e os arroubos emocionais do presidente Mauro Ney Palmeiro a cada resultado negativo parecem estar esgotando a paciência do técnico.
Sem conseguir uma vitória convincente desde a semifinal do Rio-São Paulo, no jogo contra o Santos, Lazaroni reconhece que está difícil resgatar a motivação nos jogadores para as partidas.
"Às vezes, é um trabalho difícil mesmo. O resultado não vem e parece um esforço inútil, que desanima, além de outros fatores extra-campo", admitiu Lazaroni. "Em todos os jogos decisivos que nós tivemos, havia a promessa de pagamento para o dia anterior ao jogo. Aí, ele não vinha.
A queda de rendimento da equipe veio logo após o fim do Rio-São Paulo. Naquela época, a quantia anunciada como prêmio para os jogadores não teria sido repassada integralmente, conforme anunciado pela diretoria alvinegra na época".
Lazaroni questiona também as decisões tomadas por emoção. "O presidente queria que eu promovesse todos os juniores. E disse isso logo após uma derrota na final do Rio-São Paulo. Não era possível naquela hora. Tem que haver uma mescla com os experientes".
Nem uma reunião promovida pelo vice de futebol, Antônio Rodrigues, com alguns jogadores para pedir empenho, pareceu mudar o horizonte de Lazaroni. "Vi mudanças em alguns".