Rio - Se em São Paulo, em abril do ano passado, já foi difícil, tudo leva a crer que muito mais será agora. A Seleção Brasileira, que ainda sob o comando de Wanderley Luxemburgo sofreu para derrotar o Equador por 3 a 2, no Morumbi, no primeiro turno das Eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2002, deverá enfrentar mais obstáculos nesta quarta-feira, a partir das 17h (de Brasília), contra os equatorianos, no Estádio Ataualpha, em Quito. Além da motivada seleção local, que tem boas chances de se classificar pela primeira vez para a disputa de uma Copa do Mundo, os brasileiros terão que passar também pela pressão da entusiasmada torcida e da altitude de 2.850m de Quito.
Com 20 pontos em dez partidas, ocupando a segunda colocação das Eliminatórias - à frente do Paraguai apenas no saldo de gols - a Seleção Brasileira sabe que enfrentará muitas dificuldades. Para o técnico Emerson Leão, a altitude não é o principal adversário e sim o time do Equador, que, de acordo com ele, requer cuidados. Outro problema da Seleção, é que os equatorianos treinaram quase duas semanas e os brasileiros só começaram os treinos nesta segunda-feira, em Guaiaquil.
A delegação brasileira chegará a Quito seis horas antes da partida. O pouco tempo para os treinos continua sendo uma preocupação de Leão, que ainda tem de superar o obstáculo da falta de entrosamento. Embora ele acredite numa evolução da equipe no jogo desta quarta. A habilidade de Rivaldo, Juninho Paulista, Romário e Ronaldinho Gaúcho é a maior arma do Brasil para vencer a defesa equatoriana. A dúvida é se a zaga formada por Roque Júnior e Lúcio conseguirá dar conta do recado.
No Equador, a maior dúvida é mesmo no ataque. O técnico Hernán "Bolillo" Gómez testou todas as possibilidades de formação da dupla de atacantes no amistoso de sábado, quando a seleção do equador derrotou o Espoli local por 2 a 0. Ordoñez, que jogou bem contra o Espoli, e chegou a marcar um gol deve ter uma vaga. A outra é disputada por Delgado, Kaviedes e Fernández. Outra dúvida é no meio entre Brubano ou o irmão de Alex Aguinaga, Juan Francisco.
Os equatorianos aproveitarão a velocidade do time para tentar cansar os brasileiros, que devem sofrer os efeitos da altitude. “Deixei claro para os jogadores que a bola deve estar em nosso poder o maior tempo possível para termos o controle da partida. Além disso, não podemos dar espaços ao Brasil porque sabemos de suas qualidades”, afirmou o técnico equatoriano.