Katia Abreu
São Paulo - Os perueiros de São Paulo decidiram manter a decisão de protestar contra a cassação das licitações concedidas no governo Pitta, durante o GP Brasil de F1, no autódromo de Interlagos. Segundo o líder perueiro Francisco de Mola Neto, o China, o resultado da reunião que aconteceu hoje entre a categoria e o chefe de gabinete da Secretaria Municipal dos Transportes, Luís Rangel, não foi satisfatório. "Não concordamos com a portaria que será baixada amanhã e está tudo pronto para irmos ao autódromo no domingo", afirmou China.
Segundo o decreto municipal, poderão circular pela cidade, livres de fiscalização, apenas sete mil peruas, sendo 4042 que estavam dentro da licitação anterior e outras que estavam legalizadas na época da licitação mas não entratam nela. Os veículos que trazem a "faixa azul" (sinal de legalidade) deverão ser dirigidos somente por seus donos. A portaria não permite que outros motoristas, ainda que tenham procuração do proprietário da perua (como acontecia até hoje), façam uso dela, e caso sejam pegos, o veículo será apreendido e o condutor multado em R$4 mil. Essas regras valerão por 180 dias, quando a secretaria publicará um edital com as regras para a nova licitação.
"Nossa maior briga foi pela autorização de mais de um motorista dirigir o mesmo carro", disse Luis Pandora, presidente da Copepan (Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos em Lotação de São Paulo). "Não aguentamos trabalhar o dia todo, por isso dividimos com outra pessoa", explicou. Pandora afirmou que os perueiros apresentaram uma contraproposta, que não abria mão desse item, e ela foi negada. "Foram duas semanas de negociação para nada", reclamou.
Protesto - China reafirmou que a manifestação em Interlagos acontecerá independentemente do esquema montado para impedí-la. "Iremos até onde a gente conseguir chegar. Se deixarem ir até a pista, estaremos lá, se nos barrarem antes da entrada do autódromo, faremos nosso protesto ali mesmo".
Pandora assegurou que a manifestação será pacifica e não será única. "Daqui para frente, teremos protestos quase todos os dias. Mas nada que prejudique a população", disse se referindo a incêndios em ônibus e bloqueios de vias públicas que vêm sendo atribuídos à categoria.
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