Belo Horizonte - Os jogadores do Atlético admitem que as vaias recebidas na partida contra o Democrata, no sábado, em que as duas equipes empataram por 2 a 2, foram merecidas. Para eles, o time jogou relaxado demais e precisa retomar a motivação para a próxima partida, contra a URT, sábado, em Patos de Minas.
As primeiras vaias ouvidas no Independência foram ainda no primeiro tempo. A partida estava empatada em 1 a 1 e o Atlético não demonstrava vontade. As poucas boas jogadas armadas eram desperdiçadas e a torcida começou a se irritar. Antes mesmo do final da etapa, o público já ensaiava a vaia, que se tornou intensa assim que o time deixou o campo para o intervalo.
A situação piorou no segundo tempo, quando o Democrata passou à frente no marcador. A torcida começou a gritar “timinho" e a pedir raça. Alguns jogadores em especial, como Lincoln, Carlão e Rolete, foram mais vaiados do que os demais. E deram motivos para isso. O segundo gol do Democrata saiu de uma falha causada pela indefinição entre o goleiro Velloso e o zagueiro Carlão. “Eu achei que ele fosse pegar a bola, e ele acabou deixando-a para mim. No final, nenhum dos dois foi nela e quem se deu bem foi o Luciano, que marcou o gol deles. Mas a gente não piorou com as vaias. Já estávamos desatentos antes", comenta Carlão.
O técnico Abel Braga não acredita que as vaias tiveram algum efeito sobre os jogadores. “Claro que não teve. Quem quiser jogar no Atlético, no Flamengo, no Corinthians, em time grande, tem que saber conviver com isso. Senão, vai jogar em time pequeno", explica.
E o treinador vai mais longe. “Eu acho é que as vaias não só foram muito merecidas, como foram poucas. O nosso time estava levando o jogo como se estivesse treinando. Isso não pode acontecer", declara.
Neste mesmo espírito, o atacante Valdir “Bigode", que entrou na metade do segundo tempo, também acredita que o time mereceu ser vaiado _ pelo menos, no ponto de vista do torcedor. “A torcida sempre tem razão, porque sempre quer vencer. Portanto, teve todo o direito de vaiar. Agora, eu acredito que o time jogou mais relaxado, muito tranqüilo porque já estava clasificado. Foi isso o que aconteceu. Agora, para o próximo jogo, que é o último da fase, com certeza estará mais ligado, porque é essa partida que deixará o time no embalo para o segundo turno", garante o artilheiro, que esteve no Rio de Janeiro no domingo.
O goleiro Velloso, que passou o domingo curtindo o filho Rodrigo, nascido na sexta-feira, admite que o time não estava ligado na partida. “O Atlético estava um pouco desconcentrado. Aí acabamos complicando o jogo, eles ganharam confiança e cresceram. A maior parte do tempo, nós parecíamos estar desligados. Agora, daqui para frente, teremos todos os motivos para estarmos bem mais motivados e aí será diferente", afirma o jogador, feliz com o empate, pois mantém a sua escrita pessoal. “Nunca perdi um jogo no Campeonato Mineiro desde que cheguei ao Atlético, no ano passado. Ainda bem que o Guilherme conseguiu empatar a partida no finalzinho", agradece Velloso.