São Paulo - Os resultados positivos não melhoram somente o astral da equipe, a colocação na tabela ou selam a paz com a torcida. As contas bancárias dos jogadores também agradecem a seqüência de vitórias do Corinthians. A maré é tão boa que alguns atletas já estão ganhando mais com os bichos que com os próprios salários pagos pelo clube.
"Com certeza, o meu bicho já é maior que o salário", revela o garoto Gil, atacante de 20 anos, que recebe cerca de R$ 5 mil de salário.
A premiação acertada pela diretoria é feita em escala. Por ponto ganho, cada jogador que atuar na partida recebe R$ 750 (quem ficar no banco ganha a metade e quem não for relacionado para o jogo recebe 25%). Desse total, somente 40% vai para o jogador. O restante será pago em caso de classificação.
E os jogadores já fazem planos de como gastar o dinheiro do bicho. "Eu quero comprar um terreno na minha cidade (Andradina) e talvez uma casa para os meus pais em São Paulo", sonha Gil.
O lateral-direito Índio já começou a abrir o bolso. Ele comprou uma fazenda na cidade mineira de Araxá. A aquisição foi feita em parceria com a Funai e o atleta pretende levar 40 índios da sua aldeia, em Alagoas, para ocupar a área.
O volante Rodrigo Pontes, que recebe um salário equivalente ao de Gil, é outro que começou a usufruir do dinheiro da premiação. "Comprei uma casa aqui em São Paulo pelo sistema de financiamento e estou aproveitando esse dinheiro extra para pagar algumas prestações", conta Rodrigo Pontes.
Mas não são todos que gostam de falar em dinheiro, investimentos ou aplicações. Os também garotos Kléber e Ewerthon, que já devem ter a soma dos bichos maior que os seus salários, preferem não comentar o assunto e até fogem das perguntas sobre as premiações. "Bicho é coisa de zoológico", despista o lateral-esquerdo Kléber.