Recife - De herói a vilão em 90 minutos. Depois da partida de sábado passado, contra o Sport, o meia Marcelo Passos passou a receber toda a culpa pela derrota do Náutico e teve que sair dos Aflitos com proteção policial. Desde então, ele evitou falar sobre as acusações dos alvirrubros. Quinta, ele resolveu comentar o caso.
"Todos agora querem passar uma imagem de que eu estava vendido, porque falei sobre a proposta que havia recebido do Sport. Certo seria se eu tivesse aceitado a proposta e não tivesse ido para o jogo?", indagou o meia, que está triste e aborrecido com o que se falou a seu respeito após o clássico.
"A mágoa que alguns deles têm de mim e as coisas que eu ouvi após o jogo vão ficar marcadas. Fiquei um bom tempo esperando nos vestiários para poder ir embora e preocupado com a minha mulher, que foi ofendida, e com as minhas crianças. Jogaram 11 anos de frustração em cima de mim e o culpado da derrota não fui eu", relatou.
Ontem, o camisa 10 alvirrubro lembrou o sacrifício que fez assim que chegou ao clube. "Cheguei no Náutico e fui logo para o campo. Joguei com o dedo quebrado, com uma contusão muscular na coxa e, depois, com uma tendinite patelar. Para piorar senti fortes dores na virilha na sexta-feira, mas nunca fiz corpo mole para ficar no departamento médico. O problema é que todo mundo esquece o que nós fizemos pelo clube após um fracasso como esse na semifinal do Nordestão. Tem gente que chega agora dizendo que sabe que vou dar a volta por cima, mas já mostrei a minha competência e não preciso de provar nada para ninguém."
Sobre os comentários de que ele haveria pedido um aumento antes do jogo, Marcelo Passos foi taxativo: "Eles reconheceram o meu trabalho e me propuseram o aumento. Porque eles não me chamaram antes, quando o salário de vários jogadores foram aumentados. Não procurei a diretoria para tirar dinheiro deles e sim para pedir uma antecipação do que teria de direito sobre a participação nas competições como, por exemplo, direito de arena. Vi quando outros jogadores receberam aumento e fiquei calado. Só começaram a falar em aumento de salário quando fizeram uma proposta para mim. Aprendi a gostar do Náutico e dou até a minha vida por alguns do clube", frisou.