São Paulo - O goleiro Edervan, depois de passar 12 anos, no mirim, no infantil, no juvenil, no júnior e na reserva do time principal, no início deste ano, aos 26 anos, virou titular do Guarani. Como se fosse apenas para ver mais de perto o rebaixamento do clube mais vencedor de Campinas, o seu clube de coração. "Passei mais da metade da minha vida no Guarani. É uma sensação horrível", disse o goleiro, em Santa Barbara d´Oeste, onde ontem ficou, como ele mesmo diz "trancado" com sua mulher e filho na casa dos pais.
Mas no sábado à noite, Edervan ainda estava em Campinas e teve de agüentar a torcida da Ponte Preta fazer uma festa, madrugada adentro, para comemorar o rebaixamento.
Milhares de pessoas foram ao Largo do Rosário, no centro da cidade, entoando hinos e louvor à Ponte e chacotas contra o Bugre. "Me deu muita raiva de ouvir isso", disse o goleiro.
Edervan, como os colegas, terá uma semana para esfriar a cabeça. A reapresentação será na próxima segunda-feira. Até lá as principais decisões sobre o futuro do Guarani já terão sido tomadas.
A principal é o futuro do presidente José Luiz Lourencetti. Herdeiro das dívidas e da decadência deixadas por seu antecessor, Beto Zini, Lourencetti não conseguiu evitar o maior vexame da história do clube.
Ontem, simplesmente sumiu. A partir desta segunda, vai tentar manter-se no cargo e combater um movimento para que ele deixe o cargo já, três anos antes do fim do mandato.
A partir de agosto, o Guarani terá o Brasileirão para recuperar a credibilidade junto à torcida. Mas em 2002 deixará de ganhar os R$ 150 mil por jogo que a FPF concedeu neste Paulistão aos times considerados médios, e terá de aprender a viver com os minguados R$ 120 mil (por todo o campeonato), mais as rendas do mandante, reservados aos times da A-2.