Rio - Por que o Flamengo não foi tão bem na Taça Rio quanto na Taça Guanabara? A resposta talvez possa ser dada em números. Um trabalho liderado pelo Vice-Presidente de Informática do Flamengo, Reinaldo Castro, e desenvolvido graças a um convênio com a PUC, fez com que o Flamengo desenvolvesse um sistema de estatística, que controla minuciosamente todas as ações de cada um dos jogadores rubro-negros em todas as partidas da temporada.
O trabalho mostra que, nos jogos com Americano, América e Botafogo, quando o Flamengo perdeu oito pontos seguidos, o time teve seus piores desempenhos em quase todos os fundamentos de jogo. Nas três partidas, aconteceram 37,8% de todas as bolas perdidas pela equipe ao longo de todo o segundo turno. Contra o América, foram 47 passes errados, 15% do total da Taça Rio.
"Alguns técnicos modernos trabalham muito com scout, outros têm resistência. Não tiramos conclusões. Torturamos os números para eles confessarem informações. As conclusões e as medidas que serão tomadas são assunto da comissão técnica", diz Reinaldo.
O estudo, que se transformou num relatório encaminhado para a comissão técnica, para o superintendente de futebol Walter Srour e até para o presidente Edmundo dos Santos Silva, mostra que, na seqüência de resultados negativos, o time rubro-negro cometeu 29,8% dos erros de passe de toda a Taça Rio.
A interpretação dos dados leva, ainda, a outras conclusões. O time insiste em afunilar jogadas pelo meio. Na intermediária ofensiva e no meio do ataque, acontecem 52,6% das perdas de bola. No mesmo setor, ocorrem 38,6% dos passes errados.
Uma explicação pode ser a insegurança do time nas jogadas de linha de fundo. Os cruzamentos para a área são uma grande deficiência. O time cruza em média 21,3 bolas para a área por jogo, mas erra 13,3.