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Morre Didi, bicampeão mundial com a seleção
Sábado, 12 Maio de 2001, 10h18
Atualizada: Sábado, 12 Maio de 2001, 15h10

Rio - Faleceu na manhã deste sábado o ex-jogador Didi, aos 71 anos, no Hospital Pedro Ernesto, no bairro de Vila Isabel, Zona Norte do Rio. Internado há duas semanas com complicações intestinais e operado de urgência para a retirada da vesícula, o ex-meia teve problemas respiratórios nos dias seguintes à cirurgia, quando a equipe médica constatou um câncer no intestino. Seu quadro piorou consideravelmente na última quinta-feira, quando agravaram-se seus problemas pulmonares. O corpo será velado no Salão Nobre de General Severiano, sede do Botafogo, e o enterro será no Cemitério de São João Batista, provavelmente na manhã deste domingo (a família ainda não confirmou o horário).

Nascido em Campos (RJ), em 8 de outubro de 29, Waldyr Pereira começou a jogar futebol ainda criança, no infantil do Aliança, time patrocinado por uma fábrica de açúcar da cidade. Começou profissionalmente na Lençoense (SP), transferindo-se para o Rio em 1946 para jogar pelo Madureira, de onde saiu no ano seguinte para estourar no Fluminense (campeão estadual em 1951). Numa transação milionária, seria negociado em 56 ao Botafogo, clube pelo qual se consagraria com três títulos estaduais (em 1957, 61 e 62) e o Rio-São Paulo de 62. Jogador esguio de habilidade enorme e estilo elegante, era chamado de "Príncipe Etíope de Rancho" pelo dramaturgo Nelson Rodrigues em sua coluna "Meu Personagem da Semana", na revista Manchete Esportiva..

Ficou famoso como o inventor da "folha seca", um estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. Em uma cobrança de falta nesse estilo, classificou o Brasil para a Copa de 58, com a vitória por 1 a 0 sobre o Peru, em 21 de abril de 57, no Maracanã.

Na Suécia, seus dribles curtos e lançamentos perfeitos o fizeram o melhor jogador da competição. Curiosamente, não seria um gol ou um passe milimétrico sua imagem mais memorável na competição, mas a caminhada tranqüila em direção ao círculo central, com a bola debaixo do braço, após o gol sueco que abriu o placar na final - o Brasil viraria o jogo, vencendo por 5 a 2. Na Copa de 62, com a mesma serenidade, liderou a Seleção bicampeã mundial ao lado de Nílton Santos. Com 74 jogos e 21 gols marcados com a camisa amarela, disputou também a Copa de 54.

Antes mesmo de chegar à Seleção, em 50, fez história marcando o primeiro gol do recém-inaugurado Maracanã, na derrota da seleção de novos do Rio para a paulista, por 3 a 1.

Defendeu também o Real Madrid (ESP), o Sporting Cristal (PER), o Vera Cruz (MEX) e o São Paulo. Dirigiu a seleção peruana na Copa do México, em 1970.

L!Sportpress


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