Rio - A despedida do Fluminense do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro poderia até ter sido mais humilhante, se não fosse a displicência do Friburguense -- o zagueiro Erlon Joe, que marcou dois gols, chegou a desperdiçar um pênalti aos 39 minutos do segundo tempo. Sem motivação, o Tricolor foi goleado por 5 a 2 pelo Friburguense, neste sábado em Nova Friburgo, pela última rodada da Taça Rio.
Com o desfecho do segundo turno e com a eliminação da Copa do Brasil, o Fluminense só voltará a competir no Campeonato Brasileiro, em agosto. No período de inatividade, os dirigentes tricolores estudarão a reformulação no grupo, a possibilidade de a equipe disputar amistosos, além da contratação de um técnico.
Embora a partida não tivesse mais nenhum apelo, o time da casa tratou de encará-la com seriedade. Tanto que, logo aos oito minutos, chegou com facilidade à área adversária para ficar em vantagem.
Após o cruzamento da direita de Braga, o atacante Darci, livre de marcação, chutou de pé direito para a rede. Dois minutos mais tarde, o Friburguense teve uma boa oportunidade para ampliar, numa bomba disparada por Paulo Sérgio, rente à trave.
O time da casa encontrava muita facilidade diante de um adversário que demonstrava pouco interesse na partida. Aos 15 minutos, o meia Eduardo acertou um voleio de pé trocado e ampliou para o Friburguense. A fragilidade do Fluminense ficou ainda mais em evidência no momento em que o zagueiro Tinoco saiu de campo, com uma torção no tornozelo esquerdo. O técnico Duílio, que substituíra Valdyr Espinosa, demitido na quinta-feira passada, optou por colocar o meia Válbson.
O Friburguense soube se aproveitar da falta de um zagueiro e, aos 23, Eduardo novamente mandou um chute certeiro, desta vez contando com a ajuda do goleiro Nei e do meia Jorginho, que furou no lance: 3 a 0.
A grande vantagem do adversário mexeu com os jogadores tricolores. Com isso, as jogadas mais ríspidas começaram a aparecer e pontapés foram trocados pelas duas equipes. O resquício de bom futebol do Fluminense só apareceu aos 28, quando Válbson acertou o travessão. E, cinco minutos depois, o mesmo Válbson aproveitou o rebote da zaga adversária e diminuiu para o Tricolor.
Apesar do indício de reação, o Fluminense ficou ainda mais prejudicado. Além da baixa de Tinoco, a equipe também perdeu o outro zagueiro, César, expulso depois de cometer falta violenta na entrada da área.
A apatia foi trocada pela disposição no Fluminense, que voltou do intervalo mais entusiasmado. Mesmo com um jogador a menos e com uma zaga improvisada, as jogadas ofensivas começaram a aparecer. Apesar da sensível melhora, o Tricolor contou com uma ajuda do árbitro Carlos Manoel Calheiros, que marcou um pênalti inexistente em Magno Alves, aos 11 minutos. Na cobrança, o lateral-direito Flávio converteu e alimentou esperanças para a torcida tricolor.
Mas o dia não era do Fluminense. E dois minutos depois de ter encostado, a equipe sofreu novo golpe. O zagueiro Erlon Joe mandou um chute forte da intermediária, numa cobrança de falta, e fez o quarto para o Friburguense. Para piorar, Viveros também foi expulso, aos 32.
Com dois jogadores a mais, a goleada ficou mais próxima dos donos da casa. E ela acabou se concretizando com mais um gol de Erlon Joe, que marcou de cabeça e fez 5 a 2. O zagueiro ainda desperdiçou um pênalti, aos 39, após o árbitro mandar repetir a cobrança, alegando invasão de área. O cabeça-de-área tricolor, Roberto Brum, ainda arrumou um jeito de ser expulso, nos acréscimos, após fazer uma falta desleal num adversário.