Rio - Nem o mais exigente torcedor rubro-negro vê motivos para exigir que Petkovic prove o talento que tem. No entanto, alguns traços de sua conduta vêm preocupando não apenas a torcida, mas também a diretoria. Há no Flamengo pessoas temendo que seu comportamento explosivo em campo, tanto com companheiros quanto com árbitros, prejudique o time na reta final do Estadual.
O jogador vem sendo procurado por dirigentes e até pelo psicólogo Paulo Ribeiro para conversas. Petkovic vai disputar sua primeira final como titular do Flamengo. O próprio iugoslavo admite ser um jogador explosivo. Com bom-humor, ele garante que não pressiona os companheiros de equipe, apenas cobra concentração.
“Eu me concentro muito nos jogos. Quero ganhar e peço que todos sejam como eu. Não cobro tanto pelos erros dos outros, mas exijo participação”, diz Petkovic.
Ele admite que, às vezes, perde a linha quando vê algo errada, seja na arbitragem, seja no time. “Sou explosivo sim. Sou explosivo e cortante”, brinca. “Todo dia pela manhã, eu engulo um pouco de pólvora e uma gilete”.
Na semana passada, Petkovic fez duras críticas às arbitragens brasileiras. Disse que os juízes não têm critério e cobrou providências da diretoria. Ele não comenta a possibilidade de prejudicar o time e avisou que não vai mais falar sobre as arbitragens. “Contra o Juventude, fui expulso e vencemos. E se eu estivesse em campo e o time perdesse? Não se pode dizer que prejudiquei o time. Mas eu não quero falar sobre árbitros”.
O vice de futebol Walter Oaquim reconhece a preocupação. “Já disse que ele precisa jogar futebol e deixar que os dirigentes vão fazer a parte deles. Petkovic pode ficar marcado e ser expulso todo jogo em que reclamar. Estamos pedindo a ele para ficar calmo”.