Bogotá - O chefe de segurança da Copa América insistiu nesta segunda-feira que o maior torneio de futebol do continente será na Colômbia, apesar dos recentes ataques terroristas que deixaram 12 mortos e mais de 190 feridos.
``A Copa segue viva e o senhor presidente da República está empenhado para que ocorra essa Copa (na Colômbia)'', disse o general Aldemar Bedoya, um representante da Polícia Nacional que foi designado pelo governo como chefe de segurança do torneio.
Desde o começo de maio, várias cidades colombianas foram alvo de explosão de bombas e cinco carros-bomba foram desativados pelas autoridades em três cidades diferentes. Os ataques fazem recordar a época de terror vivida pela Colômbia no final da década de 80 e começo da década de 90, quando traficantes liderados pelo ex-chefe do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, detonavam carros-bomba de forma indiscriminada.
Cinco bombas explodiram recentemente em Bogotá, Medellín e Cali, que junto com Barranquilla, Manizales, Pereira e Armenia serão as sedes da Copa América este ano, que será disputada de 11 a 29 de julho.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) confirmou na segunda-feira que não pensa em mudar a sede da competição. ``Não há nada em curso nem há discussão alguma prevista sobre esse tema'', disse à Reuters o porta-voz da CSF, Néstor Benítez.
Apesar da Colômbia e da confederação confirmarem a realização da Copa América, o goleiro da seleção colombiana e do Boca Juniors, Oscar Córdoba, é categórico ao afirmar que o país não tem condições de receber a competição.
``Não podemos ser estúpidos em ignorar que somos vistos com maus olhos e que a tensão sobre a Copa será muito alta. Estamos fazendo mal as coisas'', disse Córdoba.
``Que garantias temos de que não vai explodir uma bomba em qualquer ponto? Não estão garantidas as condições para que se realize a Copa América. Nós estamos mentindo para nós mesmos e não temos dado conta disso'', completou o goleiro, uma das principais figuras do futebol colombiano.