Bogotá - O presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF), o paraguaio Nicolás Leoz, está "preocupado" com a crescente onda terrorista na Colômbia, onde será realizada a Copa América, em julho - informou nesta sexta-feira o chefe da assessoria de imprensa da entidade, Néstor Benítez.
"Hoje sofremos com a lamentável notícia de Bogotá e, embora a postura da CSF tenha sido conceder de forma unânime a sede da Copa à Colômbia, devo dizer que o presidente Leoz está bastante preocupado com o que está acontecendo no país", disse Benítez à rádio Caracol.
O porta-voz da CSF confirmou que vários presidentes das associações sul-americanas conversaram por telefone com Leoz nesta sexta-feira pela manhã, depois de tomarem conhecimento do atentado terrorista em Bogotá perto do estádio El Campín - onde acontecem as partidas pelo terceiro e quarto lugares e a final -, que deixou quatro mortos e mais de 30 feridos.
"A situação está sendo avaliada pelo presidente Leoz junto com alguns presidentes de associações, que entraram em contato nesta sexta de manhã com a CSF, levando em conta as difíceis circunstâncias que se apresentam na Colômbia", apontou Benítez.
O jornalista ressaltou que a CSF "lamenta" o incidente na capital colombiana e espera que o governo local "se comprometa" a oferecer "segurança" a cada uma das seleções participantes da Copa América.
"Os países sul-americanos manifestaram sua solidariedade em todos os momentos ao povo colombiano, que tem o mesmo direito dos outros países de organizar a sua Copa América. Apenas esperamos que o governo colombiano ofereça total segurança durante o nosso torneio", frisou Benítez.
Segundo fontes da CSF, a entidade "dificilmente abandonará a decisão adotada recentemente por seu Comitê Executivo, no Rio de Janeiro, que confirmou por unanimidade a realização da Copa América na Colômbia".
Já o presidente da Federação Colombiana de Futebol (FCF), Álvaro Fina, afirmou hoje que a Copa América Colômbia-2001 não será suspensa, apesar dos criminosos atos terroristas que estão abalando o país. Para ele, "isso seria uma vitória dos violentos".
O ministro colombiano do Interior, Armando Estrada, também descartou que a onda de atentados em Bogotá e outras cidades do país seja uma sabotagem à Copa América. "Acreditamos que estes atos terroristas tenham a ver com outros fenômenos e problemas do país e não com a Copa América", disse.
A primeira edição da Copa América no século XXI será realizada de 11 a 29 de julho nas cidades de Bogotá, Barranquilla (costa do Caribe), Cali (sudoeste), Medellín (noroeste), Armênia, Pereira e Manizales (centro-oeste).
Além da seleção colombiana, participam o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, México e Canadá.