Brasília - A comissão do Congresso que analisou as relações entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a multinacional Nike não encontrou irregularidades no contrato entre as duas partes, mas o relatório final pedirá a abertura de processos contra 33 pessoas.
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o deputado Silvio Torres, apresentou na quarta-feira o seu relatório de 700 páginas, apesar da sessão de leitura oficial do texto ter sido transferida para a próxima terça-feira, quando o documento será votado.
Entre as 33 pessoas incluídas no pedido de abertura de processo está o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, por suspeitas de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação de impostos.
Torres também pediu a investigação dos presidentes de federações estaduais de futebol, dirigentes e empresários ligados à falsificação de passaportes para permitir a transferência de jogadores para a Europa.
A lista inclui o empresário uruguaio Juan Figger, que negocia jogadores, e Hélio Viana, sócio de Pelé na empresa de marketing esportivo Pelé Sports.
"Talvez o senhor Teixeira consiga convencer o ministério público de que não cometeu nenhuma irregularidade", se limitou a comentar o deputado Torres, visivelmente irritado, depois da repentina suspensão da sessão de leitura do informe.
No texto, que ainda será submetido ao voto do plenário da CPI, Torres aponta que não foram encontradas ilegalidades nem irregularidades no contrato de exclusividade que une a CBF à Nike, mas que vários artigos do contrato "lesam o futebol brasileiro".
Por isso, o legislador defende que o ministério público também investigue o assunto.