São Paulo - Corinthians finalista da Copa do Brasil de 2001 guarda mais semelhanças do que diferenças do campeão do torneio nacional de 1995, cuja decisão também foi contra o Grêmio. Do goleiro ao último atacante, o que mais há na equipe de Wanderley Luxemburgo são clones dos jogadores que conseguiram o primeiro título da Copa do Brasil para o Timão.
Na dupla de zaga, o maior exemplo. Célio Silva e Henrique, campeões de 95, têm inúmeros pontos em comum com João Carlos e Scheidt. Os dois pares uniram um negro de futebol força, estilo xerife como Célio Silva e João Carlos, a um branco gaúcho de mais técnica, descrição que cabe tanto a Henrique quanto a Scheidt. Todos com passagens pela Seleção.
“É difícil comparar, mas fisicamente eu e o Célio Silva até que nos parecemos um pouco. Mas o estilo de jogo é diferente”, afirma o capitão corintiano João Carlos.
Egresso da conquista corintiana de seis anos atrás, o volante Zé Elias aumenta ainda mais as aproximações entre um e outro time. “Além da zaga, nas laterais também têm jogadores com características parecidas. O Rogério, assim como o Vitor, é um jogador mais de força e o forte do Kléber é o apoio, como era o Silvinho”, lembra Zé Elias, que está de férias no Brasil.
Otacílio e Bernardo, volantes pegadores e de técnica restrita, Ricardinho e Souza, canhotos centros da criação do time, e Ewerthon e Marques, atacantes leves e velozes, completam a lista de sósias.
“A maneira de jogar no 4-4-2 também é a mesma”, diz Zé Elias.
Em algumas posições, no entanto, não há como aproximar 2001 de 1995. As diferenças saltam aos olhos. No gol, o estilo saltitante e explosivo de Ronaldo contrasta com a serenidade quase zen de Maurício. André Luiz, mais apoiador, e Zé Elias, mais marcador na cabeça-de-área. No ataque, Müller mais serve do que é servido, justamente o contrário do que fazia, e ainda faz, Viola.
“Para mim, a única diferença é no ataque. Viola e Marques faziam uma dupla mais experiente. O Ewerthon disputou só agora uma final como profissional”, afirma Zé Elias.
Único remanescente corintiano de 95, Marcelinho Carioca têm as comparações na ponta da língua. “São dois pegadores como volantes, o Bernardão e o Otacílio; dois meias sinistros, Souza e Ricardinho... Na frente, tínhamos um homem de velocidade, que era o Marques, e hoje temos o Ewerthon”, lembra o meia.