São Paulo - Quando Fábio Júnior chegou ao Palmeiras, enfrentou alguns problemas. O atacante demorou para entrar em forma e teve de agüentar protestos da torcida, que preferia outro jogador, Tuta, no comando do ataque do time.
Alguns jogos depois, porém, a fase mudou e o atacante marcou gols em seis jogos seguidos, se firmando como titular absoluto do time. Alguns jogos passaram e, mais uma vez, os gols rarearam. Foram quatro jogos em branco e a desconfiança começou a aparecer novamente. A seqüência foi quebrada na primeira partida das semifinais da Copa Libertadores, contra o Boca Juniors, em La Bombonera. Curiosamente, um jogo antes, contra o Cruzeiro, o concorrente direto de Fábio Júnior pela vaga no ataque, Tuta, se machucou.
”As pessoas querem sempre ver o Fábio Júnior fazendo gols. Mas as pessoas têm que entender que eu não sou máquina. Às vezes, o gol não sai, isso é normal com qualquer um”, afirmou o jogador, que já marcou sete gols com a camisa do Verdão.
Independentemente dos gols aparecerem, o atacante abre mão da individualidade e afirma que o mais importante é ser uma peça da engrenagem montada pelo técnico Celso Roth. Nesse caso, muitas vezes o mais importante é passe.
”A intenção é ter uma boa participação. O principal objetivo é ajudar os meus companheiros para que o time consiga as vitórias”, acredita.
E para continuar colaborando com o esquema tático, Fábio Júnior já vai se acostumando com outra situação de jogo. Com a preferência de Celso Roth pelo sistema com três volantes no meio, Fábio Júnior terá, pela segunda vez seguida, a companhia de Lopes no ataque.
”O Lopes é um jogador que se mexe bastante lá na frente. Nós nos entendemos muito bem e ainda tivemos o apoio dos jogadores que vêm de trás”, analisa Fábio Júnior.
Mesmo com a boa produção na partida contra o Boca, a dupla é o motivo principal das conversas do técnico Celso Roth durante os treinamentos. Ontem, o treinador parou o treino tático várias vezes para corrigir a posição dos jogadores em campo e, após terminado o trabalho, permaneceu no gramado conversando com os dois atletas.
”Só estávamos acertando uma questão de posicionamento. Nós não jogamos juntos muitas vezes e é bom ele sempre ficar alertando”, afirma o atacante, sobre as broncas de Celso Roth.