Brasília - A CPI CBF/Nike começa a discutir hoje seu relatório final. O relator, deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), teme que parlamentares ligados ao futebol estejam preparando um relatório paralelo para livrar do indiciamento o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.
No relatório final, com mais de 800 páginas, o dirigente da CBF foi acusado de cometer 13 crimes, entre eles, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Ricardo Teixeira também é denunciado por ter mentido durante depoimento à CPI.
Segundo Sílvio Torres, uma evidência dessa manobra é que ele passou a tarde de ontem à disposição de parlamentares, para sugestões de mudanças no texto, e nada foi apresentado.
Apesar da articulação contrária, o relator disse que vai usar a estratégia do convencimento para vencer a ’bancada da bola’. ’Eles vão ter dificuldade para justificar o por quê não devemos propor o indiciamento do senhor Ricardo Teixeira, que foi citado 13 vezes, por 13 crimes. E por que nós não devemos pedir para se indiciar empresários como Juan Figer e Hélio Viana que, comprovadamente, cometeram crimes’, afirmou Torres.
Sílvio Torres argumentou que mesmo que o relatório final da CPI da Nike, resultado de oito meses de investigações, não seja aprovado, o documento será encaminhado ao Ministério Público Federal. A discussão do relatório começa às 14h, mas a votação só deverá acontecer amanhã, segundo informações da Agência Câmara.