Rio - O tão aguardado pedido de desculpas do atacante Edílson pela confusão em Cachoeiras de Macacu com o goleiro Clemer seguida de abandono do hotel acabou em pizza. O vice-presidente de futebol do Flamengo, Walter Oaquim, disse que é complicado administrar um elenco que vive às voltas com atraso de salários; o técnico Zagallo utilizou discurso apaziguador; o Capeta preferiu o silêncio; e Clemer garantiu que a diretoria agiu com perfeição.
"É muito difícil comandar um time com três meses de salários atrasados. É muito desgaste", afirmou Oaquim, esperançoso que os problemas financeiros chegarão ao fim até o dia 30 de julho.
Com experiência de sobra, o técnico Zagallo resolveu adotar nova postura a se desgastar. Para ele, a confusão acompanhada de fuga fugiu completamente de sua alçada. "Se o Edílson não tivesse arremessado água pouco colorida, estaria coberto de razão. Mas, além disso, ele não deveria ter abandonado a delegação. Isso fugiu da minha esfera, até porque foi um problema extra-campo. Não vou passar a mão na cabeça dele, mas não vou persegui-lo também. Ele já conversou com o presidente", declarou.
Zagallo, inclusive, comparou a brincadeira dentro do ônibus – guerra de água – ao comportamento de alunos de colégio interno e admitiu, apesar de Edílson ter tumultuado o ambiente no mesmo dia em que chegou, que o período longo de concentração é prejudicial. "Toda e qualquer excursão que ultrapasse os limites não é boa. Os jogadores ficam longe da família", disse o Velho Lobo.
Depois de trabalhar na sala de musculação, Edílson, pivô da confusão, evitou dar declarações à imprensa. Bem ao contrário, o goleiro Clemer afirmou que a diretoria se posicionou corretamente sem anunciar punições. Mas deixou claro que entre ele e Edílson precisa haver apenas respeito profissional. "Foi passado uma borracha. Está tudo resolvido. Não é preciso se falar, precisa se respeitar no dia-a-dia".