São Paulo - Há um ano, o técnico Wanderley Luxemburgo estava na Seleção e começava a ter que conviver com o que não estava acostumado: contestação. Passava a ter que explicar por que o Brasil não venceu o Uruguai, no Maracanã. O empate veio a cinco minutos do final.
De lá para cá, sua vida passou a contar com reviravoltas, que viraram uma constante nos últimos dez meses, quando foi acusado de sonegação fiscal, demitido da Seleção e obrigado a depor na CPI do Senado.
Depois, o Corinthians lhe deu a oportunidade de se reerguer. Conseguiu uma brilhante campanha no Paulistão, comprovando sua capacidade técnica, conquistou o título da competição e chegou à final da Copa do Brasil. Tinha duas oportunidades de levar o time à Libertadores.
Não conseguiu, e antes mesmo do segundo jogo final da Copa do Brasil, já era contestado.
Wanderley Luxemburgo está na corda bamba no Corinthians e não há rede de proteção. O treinador corintiano deixou de ser unanimidade no clube. Vem sendo muito contestado e pode ser demitido.
Menos do que as derrotas na Copa do Brasil e na Copa dos Campeões, o técnico perdeu credibilidade por suas atitudes fora de campo. É certeza para a diretoria do clube que o treinador está deprimido por não ter voltado à Seleção e que isso interferiu no rendimento da equipe.
Algumas de suas declarações têm desagradado à diretoria, que considera que o treinador tem prejudicado a imagem do clube e o desempenho do time na ânsia de evitar desgaste em sua imagem de vencedor. "Se ele continuar sua auto-promoção sem se importar se está ou não prejudicando o Corinthians, ele pode deixar o clube" é uma das frases que se ouve atualmente quando se conversa com a cúpula do Timão.