São Paulo - Nem o bisturi de Ivo Pitanguy, o mestre da cirurgia plástica, faria melhor. Em 20 dias, com a ajuda do facão dos dirigentes, o elenco corintiano rejuvenesceu três anos. Com as saídas dos nove renegados no início desta semana, de Müller e de André Luiz, a média de idade dos atletas caiu de 26 para 23 anos.
Essa "plástica" vem dando uma motivação extra para jovens que até então só faziam número no elenco profissional, como o lateral-direito Angelo, 20 anos, os volantes Rodrigo Pontes, 20, e Pingo, 21, e os zagueiros Marcelo Magalhães, 21, e Marquinhos, 18, o caçula.
”Se eu começar a ficar no banco, vou ficar bastante feliz. Pelo que lembro, só fiquei quatro vezes na reserva. Sou novo e tenho muito a aprender”, acredita Marquinhos, que jogou no time profissional quatro vezes.
”Só na minha posição, saíram dois jogadores que estavam jogando (João Carlos e Fábio Luciano) e abriram vagas. Acho que agora vai pintar oportunidade para a gente, para a molecada”, espera.
A expectativa da "molecada" aumentou, mas a rotina ainda não. Se alguém precisa fazer algum sacrifício, adivinhe para quem sobra. “São 19 jogadores e, como ninguém fica sozinho no quarto, tivemos de ficar em três: eu, o Pingo e o Ângelo”, conta Marquinhos.
Entre os jovens, há também quem já tenha demarcado seu território, caso do lateral-esquerdo Kléber, que já fez 129 jogos pelo Timão, e da dupla Ewerthon e Gil, sensação do primeiro semestre. “Vai passando o tempo e a gente sempre vai buscando mais. Já tenho condições de ser titular da equipe e então vou trabalhar para isso”, afirma Gil, que já acumula 54 partidas no currículo.
Até o próprio técnico Wanderley Luxemburgo reconhece. “Abrimos um universo novo para jogadores que não vinham tendo oportunidade de jogar ou de ser reserva imediato e agora terão”, diz.