Rio - Desde 14 de março de 1999, quando sofreu a primeira de uma série de três lesões graves, que as bochechas do zagueiro Batata não brilhavam como na pré-temporada do Corinthians em Extrema(MG).
Depois de três cirurgias que estagnaram a carreira do jogador nos últimos 28 meses, Batata voltou a sonhar em ser titular da zaga do Timão com a dispensa de João Carlos, Fábio Luciano e Avalos. Aos 27 anos, Batata passou a ser uma das principais opções à disposição do técnico Vanderlei Luxemburgo, ao lado de Scheidt. Os outros zagueiros do grupo que treinam no sul de Minas Gerais são os jovens Marcelo Magalhães, de 21 anos, e Marquinhos, de 18, que chegou a ser aproveitado na derrota para a Matonense por 3 a 2 no Campeonato Paulista deste ano.
”Tenho contrato até o final deste ano. São cinco meses para recuperar o futebol que eu mostrei quando cheguei aqui. Tem que ser agora”, acredita o zagueiro.
O primeiro ano de Parque São Jorge, entre o segundo semestre de 98 e o primeiro de 99, são os únicos meses onde Batata conseguiu emplacar uma grande seqüência de jogos como titular, jogando 45 partidas e sendo um dos destaques da defesa corintiana na conquista do Brasileiro de 98, ao lado do paraguaio Gamarra, hoje no Flamengo.
De lá para cá, o zagueiro rompeu o tendão de aquiles da perna esquerda, o tendão patelar do joelho esquerdo e o tendão de aquiles da perna direita, nessa ordem. Três cirurgias, vinte meses de recuperação e 19 partidas espaçadas em dois anos e quatro meses de ostracismo.
”A cirurgia do joelho (a segunda) foi a mais sofrida. Eu não sabia se voltaria a jogar. Mas, se eu ficasse caído, aí que as coisas não iam andar mesmo”, afirma o zagueiro, lembrando o pior momento de sua longa recuperação.
Treinador que o indicou para o clube em 98, Vanderlei Luxemburgo dá uma atenção especial a Batata desde o primeiro dia em que voltou a comandar o Corinthians. Foi de Luxemburgo a idéia de colocar o jogador para treinar com as categorias de base do clube antes de encarar o ritmo puxado dos profissionais.
Em fevereiro, quando voltou a campo após a terceira cirurgia, Batata realizou coletivos com os infantis, juvenis e juniores.
”Tive uma parada na carreira, mas futebol é assim.” Se for a hora, você tem que estar preparado.
Preparado e 100% recuperado.
”No retorno dele, em fevereiro, tivemos um pouco de receio que ele pudesse sentir alguma coisa no tendão patelar do joelho direito, que não passou por cirurgia como os outros, mas tudo transcorreu normalmente e o Batata está totalmente recuperado. Agora treina como qualquer outro jogador”, atesta o médico do Timão, Joaquim Grava.