Silverstone (Reino Unido) - A equipe Benetton de Fórmula Um, que pertence à Renault, sofreu um grande golpe fora das pistas. Ela foi atingida por espionagem industrial, o que atrapalhou os planos de transformar a equipe em uma das forças do automobilismo mundial.
A notícia foi revelada pelo diretor-técnico da Renault Jean-Jacques His, que disse que o roubo dos projetos da equipe, por hackers, foi um grande golpe para os planos da Benetton.
Ele contou que piratas cibernéticos invadiram o sistema de computadores da Renault há 12 meses, quando a equipe estava trabalhando no projeto final do motor que equipa os carros este ano.
``Algumas informações sobre o motor desapareceram e nós tivemos que fazer algumas mudanças. Foi um grande problema para nós'', disse His à Reuters.
A Benetton, que usa motores Renault, tem tido uma temporada sofrível, com os dois pilotos -- o italiano Giancarlo Fisichella e o britânico Jenson Button -- tendo performances ruins durante os treinos e corridas.
No GP de domingo, eles terminaram em 13º e 15º, respectivamente, e depois de onze provas eles conseguiram marcar apenas um ponto.
His disse que a sede da empresa em Paris foi invadida pelos espiões hi-tech e sugeriu que o ataque foi feito pela polícia secreta da ex-Alemanha Oriental.
EQUIPES RIVAIS
His também sugeriu que esses 'espiões' estavam provavelmente tentando vender os segredos para as equipes rivais da Renault na Fórmula Um.
``Foi um grande golpe para nós'', disse His. ``Nós tivemos que começar boa parte do trabalho do zero''.
Depois do ataque, a Renault mudou completamente o sistema de segurança dos computadores em Viry-Chatillion, um subúrbio de Paris.
His disse que a Renault pediu ajuda do serviço secreto francês para ajudar a melhor as condições de segurança.
``Nós tivemos experts investigando o caso, e temos certeza que foi alguém de fora da empresa que fez isso'', disse His. ''Conseguimos rastrear os hackers até a Alemanha, e achamos que são pessoas que trabalharam para a Stasi''.
A Renault era o motor de maior sucesso na Fórmula Um na década de 90, impulsionando as equipes Benetton e Williams.
Os motores Renault ajudaram o britânico Nigel Mansell, o francês Alain Prost, o alemão Michael Schumacher, o britânico Damon Hill e o canadense Jacques Villeneuve a vencer o campeonato mundial de pilotos naquela época.