Extrema, MG - Um dos três goleiros do grupo do Corinthians na pré-temporada em Extrema, Fernando Yamada, de 22 anos, estranhou ao ouvir as seguintes palavras do preparador de goleiros Cantarele, seu chefe imediato, durante um dos intervalos de treino na cidade do sul de Minas Gerais: “Se você for para o Japão, vai deitar e rolar lá”.
Com base em uma suposta sondagem do Kashima, equipe japonesa treinada pelo brasileiro Tita, Cantarele estava incentivando uma transferência de Yamada, neto de japonês, para a terra natal do avô, caminho sugerido pelo próprio técnico Vanderlei Luxemburgo e rejeitado de pronto pela parte mais interessada na história. “O Cantarele me deu um toque sobre isso, mas é difícil porque estou na expectativa aqui. Já fiquei no Corinthians em momentos piores, quando eu era quarto goleiro e tinha Dida ou Ronaldo como titular”, relembra, recusando educadamente a sugestão de Luxa.
Na semana passada, quando fez a peculiar sugestão, o técnico do Timão, que faz comentários elogiosos a Rubinho, não disse uma palavra sobre Yamada ter uma chance na equipe. Sobre as oportunidades do goleiro no outro lado do mundo, entretanto, Luxemburgo acredita piamente que, como descendente nipônico, Yamada teria muitas possibilidades de se destacar e chegar até mesmo ao gol da seleção do Japão.
Nos profissionais do Corinthians desde 98, o goleiro até aceita a sugestão para um futuro distante. “É uma saída, mas é uma última saída. Se eu achar que não tenho condições, não estou à altura dos outros goleiros, aí vou para o Japão e, se eu for para lá, vai ser para ganhar dinheiro e não voltar mais para o Brasil”, garante o dekassegui em potencial.