Fukuoka - O mundial de natação corre o risco de ser reduzido a farsa depois que a Federação Internacional de Natação (Fina) admitiu nesta sexta-feira que o sistema de cronometragem eletrônica falhou várias vezes.
Apesar de negar inicialmente a falha e de culpar os nadadores por não tocarem de forma clara os sensores de chegada, a Fina resolveu admitir que o sistema de cronometragem estava falhando depois de outras duas vergonhosas confusões.
"Temos que admitir que, ocasionalmente, o sistema de cronometragem falhou", disse o porta-voz da Fina e membro do Comitê Olímpico Sam Ramsamy, depois que o sistema falhou de forma óbvia na final da prova masculina dos 100 metros rasos.
Apesar da falha, a Fina disse que o sistema de vídeo que estava sendo usado é confiável e que por isso nenhum dos resultados, incluindo os seis recordes mundiais atingidos nas piscinas japonesas, seriam revistos.
Ramsamy também disse que a Fina não pretende rever a decisão de retirar a medalha de ouro da equipe norte-americana do revezamento feminino 4 X 200 metros nado livre, por causa de mais uma confusão com o sistema de cronometragem.
"Sentimos muito pelos nadadores, mas honestamente acreditamos que nenhuma equipe foi prejudicada", disse ele.
A equipe dos Estados Unidos foi desclassificada após sua segunda nadadora, Cristina Teuscher, ter pulado antes na piscina, apesar das reclamações de que o sensor estava defeituoso.
Nesta sexta-feira, mais lambança. O norte-americano Anthony Ervin, que claramente venceu os 100 metros livres na sexta-feira, descobriu após a chegada que seu tempo não havia sido registrado, e o placar eletrônico indicava o do holandês Pieter van den Hoogenband como o de vencedor.
Parte do público, convicto de que Ervin havia ganho e não van den Hoogenban, começou a gritar "USA, USA", até que o placar foi corrigido, depois de três minutos.
"Parece que o tempo não é marcado com precisão que se gostaria em uma competição como esta. Tenho certeza de que pelo menos uma dúzia de tempos são questionáveis", disse o diretor de natação da equipe norte-americana, Dennis Pursley.
Outro confusão provocado pela cronometragem aconteceu logo depois. A Alemanha, apoiada pelos EUA e Grã-Bretanha, entrou com um protesto contra a Fina ao perceber que o árbitro havia alterado um dos tempos do revezamento masculino 4 por 200 da equipe australiana.
Um erro indicou que um dos nadadores australianos havia largado antes de seu companheiro ter chegado.
O árbitro corrigiu o tempo para mostrar que não havia infração e foi somente depois de ver pela televisão que o australiano não havia largado antes, que os alemães deixaram de lado a queixa.