Rio - Assim como os Beatles fizeram nos anos 60, Pelé disse nesta terça-feira que ele pode ser mais conhecido do que Jesus Cristo.
"Eu me lembro de ter visitado uma pequena ilha na costa do Japão onde todos me conheciam. Mas como a maioria dos habitantes era formada por budistas, nem todos tinham ouvido falar de Jesus Cristo", disse.
Pelé estava respondendo a uma pergunta durante uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro promovida pela Coca-Cola. Em nota distribuída à imprensa, a empresa afirmou que "existem três coisas conhecidas em todo o mundo. Coca-Cola, Pelé e Jesus Cristo".
Em outro assunto polêmico, Pelé defendeu a convocação do atacante Romário para a seleção brasileira. "Romário é um jogador que faz gol e se estiver bem fisicamente pode jogar até os 70 anos na seleção. Não tenho dúvida que ele tem que estar em qualquer seleção do mundo".
Romário, que não foi convocado para a partida contra o Paraguai pelas Eliminatórias no dia 15 em Porto Alegre, marcou marcou quatro gols pelo Vasco da Gama no fim de semana passado, em jogo contra o Guarani pelo Campeonato Brasileiro.
Pelé disse ainda que apesar do Brasil estar vivendo uma fase negativa sem precedentes, não tem dúvidas que a seleção vai se classificar para a Copa do Mundo de 2002.
"Todas as grandes potências do futebol - Alemanha, Itália, Argentina - tiveram algum tipo de dificuldade no passado. O Uruguai, inclusive, tem dificuldades até hoje para se recuperar, mas não tenho dúvida que o Brasil vai se classificar", afirmou Pelé.
Pelé disse que os culpados para a crise que ronda o futebol são muitos, mas isentou o técnico da seleção Luiz Felipe Scolari. "Felipão já pegou o barco com dificuldades. Esse tempo que ele teve (no comando do time) não dá para cobrar nada. Eu confio no Felipão", disse.
Para terminar, o sempre ufanista Pelé comparou o próximo jogo da seleção pelas Eliminatórias com um confronto em 1969, no Maracanã, contra os mesmos paraguaios.
"O apoio do torcida foi decisivo para conseguirmos a classificação (para a Copa de 70). O jogo é recorde de público para uma partida da seleção até hoje. Fomos incentivados e depois campeões. É isso que peço do público que for ao Olímpico: que vibrem, que torçam, que apóiem".