Belo Horizonte - A tranqüilidade voltou ao América-MG. O zagueiro Wellington Paulo e o meia Ruy já se entenderam sobre o incidente ocorrido no final do primeiro tempo da partida contra o Palmeiras, domingo, no Parque Antártica. Wellington Paulo agrediu com um tapa o companheiro caído e foi expulso de campo, quando o placar ainda estava em 1 a 1. No segundo tempo, o Palmeiras fez 3 a 1.
“Foi uma situação inexplicável. Assisti ao lance várias vezes na tevê e não me vejo ali. Não estou querendo me justificar, mas deu um branco", avalia Wellington Paulo, que em cerca de 150 partidas pelo América foi expulso apenas duas vezes.
O zagueiro americano conta que sua preocupação, naquele momento, era evitar que Ruy, que acabara de levar uma bolada nos órgãos genitais, saísse de campo, na maca. “Fui falar para ele não sair, porque com um a menos a dificuldade seria maior. Ele respondeu com palavrões e acabei me descontrolando", afirma Wellington Paulo, que admite que não dormiu bem de domingo para segunda-feira.
O capitão da equipe não sofrerá nenhuma multa pela sua expulsão. “É um ato que não pode acontecer, mas foi resolvido no dia do jogo mesmo. Wellington Paulo é um exemplo e merece crédito", justifica o diretor de Futebol, Ângelo Pimentel. O zagueiro apenas foi repreendido por Caio Salum, assessor da diretoria.
“Tenho um passado que não me condena. Estou ciente do erro, mas isso é um álibi", observa Wellington Paulo, que admite que prejudicou a equipe na partida contra o Palmeiras. “Com um jogador a menos, ficou mais difícil, mas o time soube suportar até aos 41 minutos. Com onze em campo poderíamos ter outro resultado."
A falta de vitórias no Campeonato Brasileiro vem deixando os jogadores preocupados e parece ter influenciado nos ânimos. “Estamos tristes pela derrota e pelo momento que passamos. Fazemos bons jogos e não estamos conseguindo a vitória", admite Ruy, padrinho de casamento de Wellington Paulo, de quem garante não guardar nenhuma mágoa pela agressão.
O técnico Lula Pereira também considerou o episódio fruto da vontade de vencer da equipe. “Wellington Paulo reagiu a uma provocação e entendi perfeitamente. Ele apenas não queria que o Ruy saísse de campo", afirma o treinador. “Foi um fato de anormalidade, ainda mais vindo do Wellington Paulo, que é um exemplo de comportamento e dedicação. Foi um ato impensado, mas ele continua tendo crédito".
Para Lula Pereira, a expulsão do zagueiro prejudicou a equipe taticamente. “Não digo que a saída de Wellington definiu o placar. Continuamos jogando, mas não pudemos abrir da mesma maneira que seria 11 contra 11. Mesmo inferiorizados, tivemos chances de passar à frente do Palmeiras", analisa o técnico do América.