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Argentina defende a liderança no Equador
Terça-feira, 14 Agosto de 2001, 17h22
Atualizada: Terça-feira, 14 Agosto de 2001, 17h23

Rio - A surpresa das Eliminatórias sul-americanas da Copa de 2002 enfrentará a líder isolada em um jogo que pode pôr o sonho de um país inteiro de ver sua seleção pela primeira vez em um Mundial bem próximo da realidade. E que interessa diretamente aos brasileiros. Os equatorianos já esgotaram todos os mais de 40 mil ingressos postos à venda para empurrarem sua seleção na partida contra a poderosa Argentina, nesta quarta-feira, a partir das 18h (de Brasília), no Estádio Atahualpa, em Quito.

Em terceiro lugar, com 25 pontos ganhos, a seleção do Equador garantirá praticamente a sua vaga se vencer a ainda inalcançável líder Argentina, que tem 32. Os equatorianos não pensam em outra coisa, mas os tranqüilos argentinos, que já estão com sua vaga garantida, podem se transformar, ao contrário do que conta a história do confronto entre os dois times, em perigosíssimo franco-atirador.

Mesmo perdendo, o Equador manterá a terceira colocação, mas poderá permitir a aproximação de Brasil, Uruguai e Colômbia, o que seria uma temeridade, não só pela maior tradição dos adversários, especialmente os dois primeiros, como também pela seqüência de jogos que o espera nas últimas quatro rodadas: Colômbia, em Bogotá; Bolívia, em La Paz; Uruguai, em Quito; e Chile, em Santiago.

O maior problema dos equatorianos para a partida-chave com a Argentina é justamente a sua maior estrela, o meia Alex Aguinaga, que está machucado. Caso não possa jogar, Obregón terá a missão de substituí-lo, como já ocorrera nas partidas contra o Peru, em Lima, e Brasil, em Quito. O meia Edison Méndez está suspenso por ter sido expulso na partida contra o Peru e dará lugar a Jairon Zamora.

O Equador vem de cinco vitórias consecutivas nas Eliminatórias, mas não foi bem na última Copa América, sendo eliminado na primeira fase. Sobre o adversário desta quarta-feira, o técnico Hernán Darío Gómez se diz um grande admirador e afirma se inspirar no programa tático do colega de profissão Marcelo Bielsa.

Mas na hora do jogo quer atenção total de seus atletas: “Eu me identifico muito com a proposta tática do professor Bielsa. Mas, depois de assistirmos ao vídeo do jogo em Buenos Aires (2 a 0 para a Argentina, em 19 de julho do ano passado), haverá mais concentração dos rapazes. O Equador esteve acostumado à continuidade dos jogadores, porém, agora, por expulsões ou lesões, temos que nos fortalecer no conjunto, embora as individualidades sejam importantes em campo.”

A maior preocupação de Marcelo Bielsa é com relação à altitude de Quito, que fica 2.850m acima do nível do mar. Jogando em condições semelhantes nas Eliminatórias, contra a Bolívia, em La Paz (3.600m), e contra a Colômbia, em Bogotá (2.600), o time argentino sofreu quatro gols - três contra bolivianos e um contra colombianos. Ele ainda tem uma dúvida para escalar a equipe e ela está no meio-de-campo pelo lado direito. Bielsa, conhecido pela imprensa argentina como "El Loco" (O Louco), ainda decidirá se vai começar o jogo com Javier Zanetti ou Matías Almeyda.

Nos treinos realizados no fim de semana, Bielsa utilizou ambos no time titular. E, se com Zanetti ganha em velocidade e na parte ofensiva, com Almeyda se resguarda mais. Como sua preocupação em não levar gol é grande e um empate não pode ser considerado mal resultado diante de todas as circunstâncias favoráveis, a tendência é que Almeyda, que substituiu Zanetti na única derrota da Argentina nas Eliminatórias (para o Brasil, por 3 a 1, em São Paulo), seja o escolhido. Curiosamente, foi Almeyda o autor do gol único dos argentinos naquela partida. Pesa contra Zanetti também o fato de ele ter sido o jogador que mais sentiu os efeitos da altitude de La Paz, no empate de 3 a 3 com a Bolívia.

Outra dúvida anunciada pelo técnico argentino é entre Aimar e Ortega, mas esta parece ser apenas para despistar, pois tudo indica que Aimar será o titular na alimentação do ataque, que novamente não terá Batistuta. Na frente estará mais uma vez a dupla que iniciou jogando na vitória de 3 a 0 sobre a Colômbia, em junho, em Buenos Aires: Hernán Crespo e Cristian González. Cada um deles marcou um gol no jogo passado.



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