Rio - Uma mentira do empresário Willy Weber a Eddie Jordan garantiu a entrada de Schumacher na F-1, há dez anos. O dono da equipe se viu sem segundo piloto para o GP da Bélgica. O titular, Bertrand Gachot, estava preso na Inglaterra depois de uma briga de trânsito.
Schumacher era piloto da Mercedes no Mundial de Marcas e no DTM, o campeonato alemão de turismo. Resolveu bancar a entrada do garoto na F-1, pagando US$ 300 mil pela vaga. Havia outros disponíveis, mas Eddie, em sua primeira temporada, precisava de dinheiro.
Mesmo assim, quis checar as credenciais do rapaz queixudo e imberbe, que tinha um currículo muito bom no kart, aprendeu a guiar na pista na qual seu pai era zelador, em Kerpen, e razoável na F-3. Como a corrida seria em Spa, um circuito complicado e técnico, Jordan perguntou a seu manager se Schumacher, pelo menos, já havia pilotado no circuito. Webber disse: "Sim, claro". “Na verdade, eu só tinha dado duas voltas, e de bicicleta”, contou Michael, neste domingo.
Schumacher foi sétimo colocado no grid daquela corrida. A estréia, porém, durou poucos metros. A transmissão de seu Jordan quebrou na primeira volta e ele nem contornou a Eau Rouge. Mas o sétimo no grid foi o suficiente para o espertalhão Flavio Briatore, diretor da Benetton, perceber que aquele moço carregava sob o capacete algo além dos dólares da Mercedes. Na corrida seguinte, em Monza, lá estava Schumacher no cockpit verde-amarelo de seu time. Roberto Moreno, o titular, foi sumariamente demitido.