Rio - "A CBF é uma entidade privada e a divulgação de seus dados fiscais, bancários e telefônicos é ilegal". Estes foram os dois pontos sustentados pelo advogado da CBF, Luís Roberto Barroso, em entrevista coletiva concedida esta tarde, com o objetivo de rebater as denúncias de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito do presidente Ricardo Teixeira.
Barroso fugiu de todas as perguntas referentes aos dados colhidos pela CPI do Futebol, apesar de garantir que para todas as acusações há explicações "banais". Ele garantiu que a CBF não recebe dinheiro público e que todos os rendimentos são provenientes de contratos de patrocínio e vendas de direitos de transmissão de eventos.
O advogado disse que a entidade estuda quais medidas jurídicas serão tomadas contra os responsáveis pelo vazamento das informações. "A CPI jamais deveria ter começado, pois uma entidade privada não pode ser investigada por suas atividades privadas. E se um parlamentar foi responsável pela divulgação, trata-se de quebra de decoro", disse Barroso.
Quanto à hipótese de a CBF poder ser investigada por administrar um bem público, Barroso comparou a atividade da Confederação ao trabalho de empresas de grande porte que geram capital e empregos para o país. "Montadoras de carros em São Paulo, como a Volkswagen e a General Motors, geram milhares de empregos e, portanto, também lidam com um bem público. No entanto, ninguém vai admitir a intervenção governamental nestas empresas, que é o que a CPI está fazendo com a CBF".