Rio - O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e os seus advogados, que prometem se defender nesta terça-feira das denúncias veiculadas no "Globo Repórter", vão ter mais trabalho porque a CPI do Futebol, no Senado, apresentará novas provas contra o dirigente em seu depoimento. Com o objetivo de encurralar Teixeira, os senadores decidiram ouvi-lo apenas no final de setembro.
A investigação da CPI está concentrada em tentar encontrar uma ligação entre os investimentos do dirigente em paraísos fiscais, como Lichenstein, com o dinheiro da CBF que saiu do país. Por isso, estão sendo feitas diligências no exterior para procurar relações entre as empresas ligadas ou de propriedade de Teixeira e de seus sócios com os recursos de origem com origem na entidade.
Depois da divulgação de dados apurados pela CPI em reportagem da TV Globo, o acesso ao material sobre CPI se tornou mais restrito – apenas duas pessoas ficaram encarregadas do caso. Na avaliação de um integrante da Comissão, que não quis se identificar, a divulgação das denúncias pela emissora enfraqueceu o dirigente politicamente mas dificultou o trabalho. Isto porque Teixeira terá uma defesa pronta no depoimento.
De fato, o advogado de Teixeira, Luis Roberto Barroso, está há três dias juntando documentos para rebater cada um dos pontos abordados na reportagem. Até ontem, não estava definido se será o dirigente ou o advogado que dará uma entrevista hoje para responder às denúncias.
Pessoas ligadas a Teixeira dizem que o dirigente, que se recupera de uma crise de diabetes, não vai renunciar à presidência.