Rio - A CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, desistiu de tomar o depoimento do deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ), presidente do Vasco, que iria depor nesta terça-feira às 14h em seu gabinete. O depoimento foi adiado por causa dos atentados terroristas que atingiram os Estados Unidos pela manhã.
Chegou a ser cogitada a possibilidade do depoimento ser feito por escrito, com os senadores enviando a Eurico perguntas que seriam respondidas da mesma forma pelo deputado. O relator da Comissão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), chegou a se reunir com assessores e secretários para formular as perguntas, mas logo veio a lembrança de que um depoimento por escrito vai contra o regimentos das CPIs.
“Não vamos enviar nenhuma pergunta ao Eurico, pois isso vai contra o regimento das CPIs. O depoente não pode ler e nem responder por escrito o seu depoimento. Além do mais, seria dar ao Eurico uma oportunidade que nenhuma pessoa teve até o momento na Comissão”, afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-RJ), presidente da CPI.
Com a desistência de se ouvir o depoimento de Eurico, os senadores fizeram prevalecer o discurso que vinham tendo desde quando o deputado insistiu que só seria ouvido em seu gabinete, ou seja, o discurso de que não precisam deste depoimento para fechar o relatório.
“Este depoimento era muito mais importante para o Eurico, pois estávamos dando a ele uma oportunidade de se defender das acusações que estão sendo veiculadas diariamente. Nós não precisamos do depoimento dele, pois temos provas suficientes para definirmos nosso relatório”, afirmou Álvaro.
Mas se não será ouvido pelos senadores, o assunto Eurico Miranda está longe de ser dado como encerrado pela CPI. No próximo dia 18 o vice-presidente de finanças do Vasco, Mário Cupello, vai depor. Também não está descartada a hipótese do presidente de honra do clube, Antônio Soares Calçada, e do contador do clube, Wanderlei Doring, prestar depoimento.