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São Paulo – A eliminação da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 2002 pode melhorar o futebol nacional. É o que acredita Mário Sérgio Pontes de Paiva, ex-técnico do Atlético-PR. “
Às vezes a gente até torce para que o Brasil fique fora. Se isso acontecer, talvez o futebol fique mais saudável”, declarou nesta quinta-feira ao Esportes Show, a mesa-redonda da Internet brasileira apresentada por Wanderley Nogueira.
Mário Sérgio diz que parcela da culpa por causa da má fase da Seleção é a falta de talentos. “Antigamente, a cobrança por vitórias era grande mas o número de bons jogadores também. Hoje, o talento é menor mas a cobrança é a mesma”, afirmou.
O treinador, no entanto, afastou qualquer possibilidade de assumir o comando da Seleção Brasileira. “Nossos treinadores valem menos que esterco. Eles são espezinhados. Os dirigentes se colocaram em uma posição de questionarem parte tática sem nunca terem conhecido esse assunto. E os técnicos aceitam por causa do emprego. A ética também acabou. O técnico quando está para cair, o outro já liga procurando o emprego. Quando estive na Europa, só podiam trabalhar técnicos diplomados e aqui não existe uma escola reconhecida lá fora.”
Mário Sérgio, que nunca foi considerado um jogador bem comportado, deixou o comando do Atlético-PR atirando contra os atletas, que estariam caindo na gandaia e prejudicando o rendimento dento de campo. “Hoje, com 51 anos, não sou a mesma pessoa de 20, 30 anos atrás. Você muda. O que fiz, há muito tempo, foram coisas certa e algumas coisas erradas.
Na minha época um jogador profissional, levava 2, 3 contratos para comprar um apartamento. Hoje, um jogador compra um apartamento por mês. Cresceram as cobranças. Não há condição de você conciliar o lazer como boite, bebida, a noite, com o lado profissional. Tivemos um planejamento de 40 dias e, de repente, você perde uma condição que era excelente por causa de coisas desse tipo. Fizemos um pacto em torno de um objetivo, que era sacrifício até o final. Achei que as coisas não estavam saindo como combinamos e saí.
O treinador, que chegou a ser ameaçado de processo pelo zagueiro Nem, não quis dar nomes dos jogadores que teriam caído na noite. “As acusações que recebi foram de diretores que disseram que viram, mas não tenho provas para acusar ninguém. Só o rendimento estava caindo.
Eu só fiz bem ao Atlético. Criei uma base boa. Fiz minha parte.”