Rio - Depois de quase uma hora trancado no vestiário de São Januário, o atacante Romário reuniu a imprensa em uma dependência do estádio de São Januário para explicar os motivos do desentendimento entre ele e parte da torcida Jovem durante a partida contra o Universidad Católica, nesta quinta-feira. O time carioca venceu o jogo, válido pelo Grupo E da Mercosul, por 2 a 1.
“Eu espero que o episódio, se não tiver terminado hoje, continue apenas dentro do Vasco e através de gestos e palavras. Eu vou tomar alguma atitude se algum palhaço colocar a mão em mim”, disse, temendo represálias da facção de torcedores do clube. “Vou continuar saindo à noite, tendo minha vida particular e não vou aceitar provocações”, completou.
O motivo do desentendimento foi a hostilidade demonstrada por parte da Força Jovem, torcida organizada do Vasco, durante quase todo o jogo contra o Universidad Católica. Romário respondeu à provocação ao fazer gestos obscenos após marcar, de pênalti, o gol de empate do jogo. Mas, como o próprio jogador reconhece, as rixas vêm de longe.
“Essa perseguição começou há alguns meses. Mesmo quando eu não estou em campo, estou machucado, um grupo de torcedores me xinga. Hoje eu explodi”, confirmou o atacante, que disse não ter pedido proteção ao presidente do Vasco, Eurico Miranda.
Questionado se não estava sendo muito agressivo, Romário respondeu que estava apenas respondendo aos ataques sofridos. “Os torcedores me desrespeitaram e eu respondi na mesma moeda, disse o atacante, que exibiu uma mensagem de paz ao marcar seu gol no jogo.”
Romário aproveitou e disse que não pretende deixar o Vasco. “Nunca vou deixar na mão os meus companheiros, que correm todos os dias para conseguir as vitórias. Tenho muitos amigos aqui, e não pretendo sair. Sempre lutei pela paz no futebol. Mas eu tenho minha forma de agir. Espero que este episódio termine aqui, porque tenho a minha vida normal e não vou mudar. Mas a partir do momento que tocarem em mim, a gente tomará providências. Por mim, o problema acaba aqui.”
Terminada a entrevista, Romário deve deixar o estádio de São Januário escoltado por seguranças do Vasco.