Não bastasse a necessidade imediata de vencer o América Mineiro, hoje, às 15 horas, o torcedor santista tem dois motivos extras para ir à Vila Belmiro: Marcelinho Carioca e Cabralzinho. Este último volta a dirigir o clube depois do vice-campeonato brasileiro de 95. O Pé-de-Anjo joga pela primeira vez com a camisa do Peixe no estádio que ele rebatizou o apelido: de alçapão passou a ser caldeirão.
– Estou muito ansioso para estrear no caldeirão. Aqui, a torcida vai pressionar a favor da nossa equipe. Já joguei várias vezes contra o Santos e sei como é. Nós vamos precisar do apoio da torcida o tempo inteiro – certifica Marcelinho, antigo inimigo e agora o maior aliado e esperança do torcedor santista na busca da classificação à próxima fase.
Mas muito se engana quem pensa que o Peixe vai partir para cima dos mineiros desde o primeiro minuto. Cauteloso, Cabralzinho não quer fazer de sua reestréia um fiasco. E sabe que, no Santos, para o treinador ser trocado não é preciso uma seqüência muito grande de derrotas. Ele é o terceiro treinador a assumir a equipe este ano.
– Entendo ser natural que as pessoas esperem que a equipe vá para cima do adversário, principalmente ao atuar dentro de casa. Mas não acho que seja assim. Nos primeiros minutos, sempre é bom estudar o adversário e ver o que eles podem apresentar – avalia Cabral, que durante a semana assistiu a fitas com jogos da equipe até agora no Campeonato Brasileiro.
Em dois desses videoteipes, Marcelinho atuou. O meia esteve presente na derrota contra o Flamengo e no empate diante do Guarani, quando conseguiu marcar pela primeira vez.
– Esse primeiro gol tirou a ansiedade que estava sentindo. Foi muito bom voltar a marcar. Até por isso, a expectativa da estréia já passou. Ficou apenas a alegria. Cada jogada e cada lance vai deixar a galera feliz – assegurou o meia, que prometeu subir a Serra do Mar a pé se repetir um golaço igual ao que fez na Vila em 1996, quando deu chapéu em Ronaldo Marconato e chutou de sem-pulo.