São Paulo – O psicólogo Jacob Goldberg tem um diagnóstico para a má fase da Seleção Brasileira. Para ele, os jogadores que estão sendo convocados pensam que jogam mais do que realmente são capazes. É o que ele chama de “síndrome do pavão”. Ou na linguagem mais popular simplesmente máscara.
“Não é uma questão de técnico ou jogador. É uma questão de cultura. O jogador tem que entender que ele chegou a outro patamar quando está na Seleção. Às vezes eu olho o jogador e falo: Esse camarada hoje faz oito gols. Mas depois ele não corresponde. O sujeito se acha muito mais do que ele acontece”, afirmou Goldberg em entrevista ao Esportes Show, a mesa-redonda da Internet brasileira, nesta quinta-feira.
Goldberg diz que atualmente os astros do esporte têm um novo papel. “Nós vivemos hoje na sociedade do espetáculo. A performance é essencial em qualquer profissão. Você tem que se transformar em um showman. Você tem que ser um artista e representar. A torcida não é mais coadjuvante, mas quer participar. Inclusive briga com técnico. Tira esse, põe aquele (jogador)”, afirmou.
Goldberg disse que não atua como psicólogo de Marcelinho Carioca, mas um analista de comportamento.
“Aquele menino não era pobre. Era paupérrimo. Era um daqueles trapos da sociedade brasileira que passava fome. A família dele vendia pastel e ele comia para não ficar com fome. Ele se constrói em um atleta extraordinário. Um atleta como Marcelinho é impossível criticar. Isso desperta inveja, desagrado. E você não pode querer que um jogador com essa história seja uma dama. Ele não é uma dama”, declarou.