Nova York - A decisão de Michael Jordan de voltar a jogar pela NBA provocou uma onda de cetismo e até hostilidade entre os colunistas dos jornais norte-americanos.
O anúncio de terça-feira feito pelo atleta mais popular da América do Norte não apenas agitou o esporte, mas também provocou especulações de que os ataques contra os EUA no dia 11 de setembro tenham mudado tanto a cultura do país que a imagem de ícone de Jordan ficou arranhada.
``Uma nova sensibilidade americana, que surgiu em meio à luta contra o terrorismo, deverá redefinir os sucessos do esporte como algo abaixo de heróico'', escreveu Michael Hiestand no USA Today.
Jordan afirmou que vai doar seu salário de 1 milhão de dólares para as vítimas dos ataques contra Washington e Nova York.
Mas ainda haverá muito dinheiro envolvido.
O retorno de Jordan vai ajudar a encher os ginásios, escreveu Pete May, do Boston Globe, ``e quase todos os proprietários de uma equipe da NBA já estão contando com esse dinheiro extra''.
Mark Heisler, do Los Angeles Times, sugeriu que as negociações do comissário da NBA, David Stern, com as redes de televisão estiveram paralisadas até que fosse divulgada a decisão de Jordan.
``Com os contratos de TV de quatro anos e 2,6 bilhões de dólares acabando, o comissário David Stern interrompeu as negociações, provavelmente esperando por esse dia'', ele disse.
Em Washington, o orgulho falou mais alto já que o Wizards, equipe em que Jordan jogará, ganhou atenção instantânea.
``O que sabemos é que nenhuma equipe com Michael Jordan será ignorada. O Wizards agora será discutido e, acima de tudo, observado'', escreveu Michael Wilbon no Washington Post.
Já o orgulho em Chicago, onde Jordan conquistou seis campeonatos com o Bulls, ficou ferido.
``Esse não é um bom dia em Chicago. Aqui fomos abençoados com o melhor atleta de nossas vidas, o mais valioso embaixador da cidade. E o perdemos para o Washington Wizards, quem quer que eles sejam'', escreveu Jay Mariotti, no Chicago Sun-Times.