São Paulo - De volta ao comando do Santos depois de seis anos, quando conquistou o
vice-campeonato brasileiro numa final em que o Botafogo carioca foi
beneficiado por erros de arbitragem de Márcio Resende de Freitas, o
técnico Cabralzinho acredita que o time finalmente pode quebrar um
jejum de 16 anos sem título. Ele aposta suas fichas no bom entendimento entre Marcelinho Carioca e Viola.
“Os dois estão se dando muito bem. Tanto que já chamei a dupla de Batman e Robin, mas nenhum deles quer ser o Robin. Na verdade, o grupo todo está se empenhando muito para resgatar aquilo (o título) que nos tiraram em 95”, disse Cabralzinho no programa ‘Bola da Vez’, que será apresentado neste sábado (dia 29), às 22h30, na ESPN Brasil.
O treinador afirmou que o fato de o Santos ter sido prejudicado pelo
juiz é mais um motivo para a equipe time lutar como nunca no
Brasileirão.
“Naquela época, ninguém tinha dúvidas que o Santos seria
campeão após eliminar o Fluminense. Mas nós conquistamos aquele título,
sim. Só não deixaram a gente levar a taça para casa.”
Cabralzinho voltou a trabalhar no Santos depois de passar alguns anos no
futebol árabe. Garantiu ter encontrado uma estrutura bem melhor na Vila
Belmiro. O que não mudou, segundo ele, foi o futebol brasileiro, com a
constante dança dos técnicos.
“Infelizmente, o trabalho do treinador continua sendo avaliado por
resultados imediatos. Ele não tem tempo para trabalhar com
tranqüilidade. Sabe que pode ser mandado embora a qualquer momento”,
alfinetou o técnico, que também criticou os pára-quedistas que
aterrissam nos clubes. “Lamentavelmente, no país do futebol qualquer um
pode ser técnico. Na Europa, o sujeito precisa fazer pelo menos um
curso.”
A volta de Ronaldo à seleção também foi criticada pelo técnico, que ainda desconhecia a nova contusão do jogador. “A Internazionale está
tendo com o Ronaldinho o cuidado que não dedicamos a ele. Nós queremos o
Ronaldinho de antes da Copa de 98. Aquele seria muito útil; o atual não
vai resolver os problemas da seleção”, finalizou Cabralzinho.