Rio - Arrasado após a quarta derrota consecutiva do Botafogo, sem conseguir explicações para a queda de rendimento do time, o técnico Paulo Autuori chegou a pensar em abandonar o barco alvinegro ainda no vestiário do Estádio Independência. Mas a diretoria conseguiu demovê-lo da idéia.
“Depois do jogo, muito chateado, o Paulo disse que estava causando muito desgaste para nós, da diretoria. Só no vôo de volta, consegui conversar com ele, que aceitou continuar tocando o trabalho. Nós conhecemos os grandes homens nas horas difíceis”, disse o vice de futebol Antônio Rodrigues.
Inclusive, à noite, no hotel, o treinador foi convocado pelo dirigente para uma conversa, juntamente com os jogadores mais experientes do grupo. Alegando estar sem condições, Autuori foi para o quarto e nem sequer jantou.
“Cobrei explicações aos jogadores, que chegaram a ficar entre os oito, com o melhor ataque e a defesa menos vazada, e, de repente, viraram um bando. Eles me pediram a permanência do treinador, mas precisam dar a volta por cima”, declarou Rodrigues.
Ao desembarcar no Rio, com a cabeça mais arejada, Autuori deixou a entender que o limite da sua tolerância será o clássico deste sábado, contra o Fluminense, às 16h, em Juiz de Fora. “O prazo que eu me dei está chegando ao fim. Precisamos de atitude para mudar. Não pode permanecer do jeito que está. O poder de reação só depende de nós e esse jogo de sábado tem que ser o da virada”, desabafou.
Autuori disse ainda que, caso venha a deixar o Botafogo, ele próprio será o primeiro a relatar o fato: “Sempre tratei as coisas com clareza. Não estou satisfeito, e isso é claro. Essa apatia tem que acabar.”