Rio - Duas das maiores torcidas organizadas do Rio de Janeiro podem estar com seus dias contados. Uma ação cível pública movida pelo Ministério Público pede o fim de ambas e será analisada pelo juiz da 36ª Vara Civil, Rocidélio Lopes da Fonte, que deve abrir processo de extinção das duas torcidas.
Tanto a Torcida Jovem quanto a Força Jovem estão sendo acusadas de apologia ao crime, porte ilegal de armas e tráfico de drogas. Nas sedes das torcidas, localizadas no Centro da cidade, foram encontrados materiais que incitam violência, além de armas e drogas. O promotor responsável pela ação, Júlio Machado Teixeira Costa, classificou as duas organizações como "paramilitares", destacando as alianças feitas com outras torcidas fora do Estado.
O juiz Rocidélio garantiu amplo direito de defesa aos réus, mas se mostrou disposto a acabar com as torcidas, que serão citadas ainda na próxima semana. A sentença deve sair até o fim do primeiro semestre de 2002. Se forem realmente extintas, os respectivos torcedores não poderão mais se associar nem ostentar símbolos das torcidas. Já os clubes estarão proibidos de dar ingressos ou qualquer tipo de ajuda financeira. A Polícia Militar, a Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) seriam responsáveis pela fiscalização.
Enquanto isso, o titular da Delegacia de Homicídios, Paulo Passos, afirmou que alguns inquéritos envolvendo membros destas facções continuam. Um deles envolve inclusive o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva. Ele teria contratado Leandro Soares Teixeira, conhecido como "Leandro Careca", com seu segurança particular. Leandro é acusado pela morte de um estudante. A denúncia partiu de um integrante da Torcida Jovem.