Rio - Para quem morou embaixo das arquibancadas do estádio do São Raimundo, em Manaus, jogar na milionária Roma, atual campeã italiana, aparentemente já estaria de bom tamanho. No entanto, para o amazonense Francisco Lima Govinho, a fábula pode crescer ainda mais: apesar dos 30 anos nas costas, o volante quer uma chance na Seleção Brasileira.
Ele defende que o fato de ser titular na Roma de Fabio Capello, uma das equipes mais fortes do mundo, justifica sua convocação – na verdade, não é titular absoluto, mas tem jogado. E deixa a entender que em relação a alguns convocados recentes, seu nome não pode ser considerado uma heresia. “Sei que posso somar e ajudar o Scolari”, afirma.
Depois do jogo da Roma contra o Real Madrid, pela Liga dos Campeões, vista por Felipão no estádio, chegou a anunciar no seu site (www.limasoccer.com) que esperava a convocação. Em vão. Mas a desfeita do treinador não o desmotivou. “Vou continuar lutando, pois, na minha vida, nada veio de forma fácil.”
A imprensa italiana, que o adotou desde os tempos do Lecce, em 99, afirma que trata-se de um volante voluntarioso e de talento, ainda que não seja um craque.
O curioso é que o ídolo em quem Lima se inspira é Dunga, símbolo do fracasso de 90 e do título quatro anos depois. “Para mim ele era perfeito”, confessa.