Berlim - Jennifer Capriati mal podia acreditar quando soube que sua longa e tortuosa jornada a levaria finalmente ao topo do tênis mundial. "Não é oficial ainda, mas você pode ver meu sorriso", declarou ao saber no sabado que estaria à frente de Martina Hingis no ranking mundial, debutando no primeiro lugar.
"É inacreditável. Nunca pensei que no final da carreira poderia dizer a mim mesma que fui a número um", diz "Mesmo que seja por apenas um dia, é demais", acrescentou a ex-menina prodígio.
O lado triste da história é que Hingis caiu sem lutar, perdendo a posição por causa de uma contusão no tornozelo, que a obrigou a abandonar a semifinal contra Lindsay Davenport, no torneio de Filderstadt, e a tirará do resto da temporada de 2001. "É um pouco triste, mas contusões fazem parte do esporte", afirmou Capriati. "Eu também já estive machucada", disse.
Capriati, hoje com 25 anos, surgiu para o mundo como uma adolescente prodígio, mas sua carreira sofreu um desvio quando ela perdeu interesse pelo esporte. Pouco depois ela foi detida por roubo e posse de maconha.
A norte-americana, que chegou às semifinais do Aberto da França com apenas 14 anos em 1990, iniciou um retorno surpreendente este ano, vencendo o aberto da Austrália e Roland Garros. "É uma pena para Martina, mas é muito bom para Jennifer, depois de tudo o que ela passou. E isso é ótimo para o tênis", disse Davenport.
Uma verdadeira batalhadora, Capriati joga bem em qualquer superfície. Sua luta pela supremacia com a força da nova geração, representada pelas irmãs Williams, é extremamente benéfica para o esporte. "Estou tão orgulhoso dela", comemorava o pai, Stefano, que a acompanha nas viagens. "Sempre tive orgulho de Jennifer".