Rubinho se conforma em ser nº 2 no ano que vem
As fotos do dia de golfista de Rubinho Barrichello
Fábio Takahashi
São Paulo – O brasileiro Rubens Barrichello, da Ferrari, admitiu nesta sexta-feira que não vai brigar para mudar a estratégia da escuderia italiana, que privilegia o alemão Michael Schumacher, no ano que vem. A afirmação foi feita depois do piloto ter disputado um torneio de golfe, em São Paulo.
“A gente sabe como é isso daí”. Questionado se iria aceitar a imposição, Rubinho rebateu. “Você faria o quê? Guiaria uma Ferrari número 2 ou uma Stewart número 16?”.
Além descartar bater de frente com Schummy, Rubinho também não quis prometer nem uma temporada melhor para o próximo ano, por “não ter bola de cristal”, nem uma vitória. “Prometer algo na vida é errar”, disse.
Como análise deste ano, Barrichello destaca duas frustrações. “A primeira é de não ter vencido. Cheguei bem mais perto do que o ano passado”. A outra, segundo o piloto, foi ter batido no Brasil – ele acertou a traseira do alemão Ralf Schumacher nas primeiras voltas.
“O Brasil é sempre especial. Eu tenho de olhar para cá como um GP normal, mas o coração sempre bate mais forte, sempre dá aquela gana e vontade de fazer mais, o que, às vezes, atrapalha”.
Mesmo com esses fatores negativos, Rubinho disse ter gostado de seu desempenho. “Foi o ano que mais andei próximo do Michael Schumacher”.
Barrichello deixou escapar que não poderia vencer antes da conquista do tetracampeonato de Schumacher se o alemão tivesse a chance de chegar em primeiro nas provas. “Quando me deram chance de vencer as provas, eu estava lá. Das quatro provas (exatamente depois que o alemão levou o título), cheguei perto em duas”. O brasileiro referiu-se ao GPs de Indinápolis, em que ele estava em segundo e o carro quebrou, e em Monza. Nessa prova, a Ferrari se atrapalhou nos boxes e tirou a liderança de Rubinho.
Segundo o brasileiro, não houve falha na escolha da estratégia de três paradas no boxe durante o GP do Japão, que definiu a perda da segunda colocação no Mundial de pilotos. “Se nós largássemos para duas paradas, seria para chegar em 3º ou 4º. Se estivesse com o mesmo número de pontos do Coulthard, certamente iríamos para dois pit stops”.
Com a estratégia, Rubinho, que precisava da vitória, terminou em quinto e deixou a vice-liderança do ano com escocês David Coulthard, da Mclaren.
Além de ter perdido o vice-campeonato, o brasileiro desentendeu-se com o alemão Ralf Schumacher, da Williams, após a prova japonesa. O irmão de Schummy fez manobras que irritaram Barrichello. Nesta sexta, Rubinho negou a “troca de farpas”. “Não houve nada. Você tá querendo criar farpas e não houve farpas”, disse irritado.
Dois dias depois do GP, o último da temporada, Barrichello disse ao Autosport que Ralf era um “mau perdedor”.
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