Rio - Com o pagamento de parte dos salários prometido para esta sexta-feira, os jogadores do Vasco mostraram disposição no treinamento de quinta-feira e, ao que tudo indica, vão com gana para cima do Fluminense, próximo adversário do time no Campeonato Brasileiro. Até o atacante Euller, que não treinava há três dias e dava sinais de que não vestiria a camisa do Vasco enquanto não recebesse seus vencimentos, apareceu, treinou no time titular e praticamente garantiu presença no clássico de domingo.
Nos bastidores, entretanto, o clima continua péssimo. Além de repreender os jogadores que têm reclamado publicamente, o presidente do clube, Eurico Miranda, deu a entender que não haverá pagamento algum nesta sexta-feira.
“Não tem salário atrasado. Romário nunca me falou nada de salário atrasado, Euller nunca me falou nada de atrasado e o Jorginho não joga. E só pago quem joga”, disse Eurico, que tenta viabilizar a cota da recém-criada Liga Rio-São Paulo para acertar parte dos vencimentos.
O discurso de que não há salários atrasados, entretanto, é prontamente rebatido pelos jogadores. Helton, por exemplo, não vai mais de Scenic, da Renaut, para São Januário e, sim, num Fusquinha, ano 68. Donizete Oliveira é um dos que reclamam. “Nada recebi em dois meses aqui”, revelou Donizete Oliveira. “Os que ganham muito, resolvem seus problemas com um mês de salário. E os que ganham pouco ?”, perguntou outro jogador.
Acusado por Eurico de ser o mentor do movimento de reividicação que quase resultou em uma greve dos jogadores, o meia Jorginho deu a sua versão e negou ter iniciado a crise. “O papo foi surgindo entre os atletas. E seria apenas um protesto de um dia, não uma greve. Mas caso eu queria reclamar, estarei dentro do meu direito”, afirmou o jogador que diz já ter se entendido com o presidente do clube.