Rio - A reabertura da geral do Maracanã, que voltará a funcionar no Fla-Flu deste sábado, depois de dez meses fechada, ainda gera discussão no futebol. Torcedores e jogadores apóiam a reabertura, enquanto o Governo Federal e a CBF condenam.
No início do ano, o ministro da Justiça, José Gregori, fez recomendações para aumentar a segurança nos estádios, evitando acidentes como o da final da Copa João Havelange, entre Vasco e São Caetano. Entre essas sugestões, estava a de não permitir
que o público assistisse de pé aos jogos das competições que a entidade organizasse.
A CBF aceitou a recomendação e prometeu aplicá-la no Campeonato Brasileiro. Mas no jogo entre Atlético-MG x Coritiba o Mineirão abriu a geral aos torcedores. Incentivado por essa atitude, o administrador do Maracanã, Francisco de Carvalho, decidiu reabrir a geral do estádio. Para isso, contou com o aval do governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB). “Se outros podem reabrir a geral, nós também podemos”, declarou.
Carvalho enviou um ofício ao Conselho de Segurança de Estádios, criado por Gregori. O conselho não respondeu, mas a assessoria do Ministério da Justiça confirmou ter aceitado a reabertura. A recomendação de que não haja público em pé nos estádio, no entanto, permanece e a responsabilidade por possíveis acidentes é do Governo do Estado.
Alheios às discussões, os torcedores comemoram a volta da geral. E terão um pouco mais de conforto depois das reformas em todo o setor. No total, R$ 300 mil foram investidos para recuperar a geral.
Na quinta-feira à tarde, ainda se podia verificar os operários dando os últimos retoques na tinta do corrimão. Os banheiros foram reformados, a iluminação trocada e tudo foi repintado.
Também foi criado um setor de segurança na geral. Para Carvalho, as reformas tornaram a geral segura. Sábado, serão vendidos dez mil ingressos para o setor, com preço de R$ 3,00. O preço é o principal atrativo, já que há torcedores que não têm dinheiro para pagar o ingresso da arquibancada. Assim, será a volta de personagens folclóricos. “Há torcedor que é tipicamente geraldino. Que tica pedindo para mexer no time o tempo inteiro”, define o técnico do Flamengo, Zagallo, lembrando a definição dada pelo jornalista e escritor Nelson Rodrigues aos torcedores que ficam na geral.