São Paulo - A goleada sofrida para o Fluminense, nesta quarta-feira, provocou uma crise interna no Palmeiras. Se antes Celso Roth e os jogadores eram o alvo da ira da torcida, agora a revolta se dirige para a diretoria.
Nem mesmo os conselheiros da situação aceitam mais a política implantada pelo presidente Mustafá Contursi.
Na quarta-feira, nas cadeiras numeradas do Parque Antarctica, por diversas vezes os torcedores e conselheiros do clube protestaram voltados para o camarote onde Contursi assistia, atônito, à goleada tricolor. “Fizemos más contratações. O Donizete, por exemplo, não deveria ter voltado a São Paulo”, diz o conselheiro de situação Naife Saad Neto.
“A tendência é ficar fora da fase final”, completa outro aliado de Contursi, o deputado federal Nelo Rodolfo. Para ele, o Palmeiras está assim por causa de alguma "laranja podre".
“Se a diretoria errou, foi por acreditar nas pessoas. O presidente não poderia saber que o Donizete, que brilhou em outros clubes, iria ser esse fracasso no Palmeiras”, reclama.
O fiasco dos jogadores contratados para o segundo semestre, a troca de treinador durante o Brasileirão e a queda de rendimento do time são motivos para as cornetas do Parque Antarctica incomodarem ainda mais.
Nesta quinta, Contursi seria procurado por conselheiros, que prometiam cobrar mais atitude da diretoria, inclusive pelo afastamento de jogadores. “Poderíamos ter antecipado a demissão do Celso Roth. Os pontos que ganhamos no começo do campeonato foi ilusão”, lamenta Saad Neto. “É melhor terminar o campeonato com o time juvenil”, diz Rodolfo.
Para a oposição, o declínio do time no Brasileiro deixou ainda mais evidente as falhas da atual diretoria. “O Palmeiras tem um time fraco, que é fruto da falta de planejamento e de contratações erradas da diretoria”, afirma Gilberto Cipullo, conselheiro da oposição, mas que pede, no momento, uma união de todos os lados em prol da classificação do time.
O Lance! não conseguiu encontrar o presidente Mustafá Contursi ontem. No Palmeiras, foi dito que ele estava em uma reunião fora do clube e que não deveria retornar.